domingo, 9 de novembro de 2008

Campeão de surfe

O Corinthians não foi campeão da Série B, foi campeão de surfe. O Corinthians surfou essa Série B, esta é que a verdade. Em muitos sábados ensolarados o Corinthians surfou muitas ondas e chegou à praia. Voltou à praia. Agora pra ficar.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Enquanto isso, do lado de fora do Morumbi...

Como faço há alguns anos, cumpri meu ritual quando há jogo do São Paulo em casa. Adquiri meu ingresso com antecedência, sem fila, e domingo, após o almoço e o incrível final da F1 em Interlagos, me encontrei com alguns amigos e seguimos para acompanhar a partida do Tricolor.

Preferimos a arquibancada vermelha, pela facilidade de estacionamento e pelo deslocamento na saída. Mas desta vez, quando chegamos, cerca de 40 minutos antes do início da partida, notamos com estranheza o portão 15 fechado. Numa estimativa de quem freqüenta o local, umas cinco mil pessoas se amontoavam ali, do lado de fora, em busca de informações e de adentrarem o estádio aos seus respectivos lugares.

Após alguns minutos, tem início um empurra-empurra. Como gado a caminho do abate, as pessoas começam a ter acesso à rampa, em direção às catracas. A Polícia Militar controla a entrada dos torcedores intermitentemente e afasta os mais afoitos com golpes de cacete, o famigerado “borrachão”.

O processo não é dos mais rápidos e os torcedores vão ficando impacientes. O tumulto aumenta quando a partida tem início e as pessoas do lado de fora começam a ouvir os gritos da torcida dentro do estádio. Ali, na bagunça, famílias tentam proteger crianças de algo pior e prover-lhes um pouco de ar fresco. Garotas, mais baixas, começam a passar mal.

Acabo por não acompanhar o desenrolar da história, pois minha vez chegou e sigo com a massa para a revista e na seqüência apresento meu ingresso a um fiscal. A catraca não funcionava e ele executa a liberação manualmente. E somente no acesso para a arquibancada do Setor Amarelo.

Já nos corredores internos, me junto a alguns torcedores no portão que divide os setores amarelo e vermelho para ter acesso ao que meu ingresso deveria me garantir. O funcionário do estádio, protegido pelas grades, não permite o acesso ao Setor Vermelho e não dá informações, nada além de “está lotado”. Oras, como está lotado se, teoricamente, ainda não ocupei meu assento de direito?

Com o jogo em andamento, acabo por desistir de reclamações ali e sigo para um assento amarelo qualquer, a maioria deles ocupado, por sinal.

Durante toda semana, elenco e diretoria do SPFC, além da imprensa, conclamaram a torcida a irem ao Morumbi prestigiar e apoiar o time nesta reta final. Sou freqüentador assíduo e estou descontente com o que se passou. O que dizer então de tantos outros que poderiam adquirir o hábito, de pais que convidam suas esposas e filhos e são obrigados a passar por tanto constrangimento, para não falar do risco, de se aventurarem num domingo chuvoso a condições tão inóspitas?

O Estatuto do Torcedor e o Código de Defesa do Consumidor exprimem os deveres e as condições de execução de espetáculos esportivo-culturais. A diretoria São-paulina não estava ali presente, ou teve atuação discreta. A BWA, com seu nome impresso no ingresso, talvez responsável pela organização, não se manifestou. A PM não garantiu a segurança daquelas pessoas. Numa hora dessas, desrespeitados pelos organizadores do jogo e sem o amparo do Poder Público, a quem podemos recorrer?”

sábado, 4 de outubro de 2008

Londrinenses

Curioso, este Marília 1 x 1 Corinthians pela Série B. O Marília que estava na antepenúltima posição se eu não me engano, abriu mão de jogar em seu estádio e com sua torcida para jogar no Estádio do Café, em Londrina, norte do PR. É que o estádio em Marília tem capacidade para 18 mil pessoas e a arena paranaense, para 38 mil. Ou seja, o time do Marília preferiu a receita turbinada pela torcida do Corinthians no PR a jogar em casa com o incentivo do torcedor mariliense. O negócio é grana, o time é coadjuvante, detalhe.

Filosoficamente, uma bosta.

Pra uma coisa essa viagem do Timão a Londrina serviu: voltei gostosamente na memória para os anos 1976-80, quando morei na cidade e pude assistir a um punhado de jogos nesse Estádio do Café. O melhor foi no ano de 1977, em que o Londrina Esporte Clube, o LEC, o Tubarão, foi a surpresa do Brasileirão ao lado do Operário de MS, fazendo a semifinal e chegando em 4º lugar. O São Paulo venceu a final contra o Galo de MG. Assisti a um Londrina x Flamengo de Zico e Adílio em que o lateral paranaense, um cara com jeito de aborígene australiano chamado Zé Roberto, cruzou uma bola na área do Flamengo e ela foi parar no ângulo de, se bem me lembro, Cantarelli.

Naquele ano o Londrina bateu um monte de grandes, como Santos (com direito a porrada da torcida praiana em seus jogadores depois da derrota), Coringão e Vasco, com um desesperado Roberto Dinamite vendo o Tubarão meter 2x0 em São Januário e avançando às semis.
Tinha uns caras bons esse time e time de cidade do interior é legal por causa disso: a gente encontra os jogadores na rua direto. O craque do time era um exímio cabeceador de nome Carlos Alberto Garcia que depois dessa temporada foi jogar no Vasco. Antes, jogou com os moleques lá na rua, ficando no gol. Eu mandei uns bicudos pra ele pegar. Tinha um laterial direito que morava onde? No meu prédio. Um dia pegou os moleques e levou no ônibus junto com o time para o treino do Estádio do Café. Foi demais.

Desse time, também se destacaram Everton - Leão do Parque, campeão pelo Timão, jogou no São Paulo - e um zagueiro de nome Marinho que jogou muito no Flamengo nos anos 80.

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Esse Diogo do Corinthians é ruim.