"Também, quanto a mim, não pouparei nem me compadecerei; sobre a cabeça deles farei recair o seu caminho." - Ezequiel, 9,10
E foi, foi, foi, foi, foi... o Dualib, o escroque do colarinho branco. Foi embora esse flagelo. O fato mereceria uma narração do Sílvio Luiz. Se voltar, vou-me embora eu, torcer pro Corinthians lá de Bombaim.
Mas essa licença por 60 dias do morfético é a maior chance do Timão de se ver livre de uma das coisas mais perniciosas que o esporte já viu desde que os gregos inventaram os jogos olímpicos em 2 500 AC.
São 60 dias para se tomarem todas as providências possíveis – estatutárias, políticas, sociais, militares, mecatrônicas, aeroespaciais e esotéricas -- para que este senhor passe a jogar futebol de botão com os bisnetos, de preferência nos horário de visita previstos pelo presídio para onde ele deve ir virar pó.
Claro, é tempo de sobra também para achar um bom matador, encomendar o sirviçu e deixar a vida nos levar, vida leva eu, esperando que o Coringueta tenha dias melhores.
Que fique a lição para a humanidade, biblicamente imposta ao Corinthians: se um dia um gângster de filme de 007 bater à porta do seu time oferecendo uma parceria, morra, mas não deixe que um delinqüente de 90 anos aceite. Não aceite parcerias ligadas a fundos internacionais sem fundos, bancos de fachada ligados a senadores coronéis.
Sem brincadeira, mas os milhões de torcedores do Corinthians não mereciam chegar aqui, o futebol mundial não precisava disso, sem querer dizer que o Corinthians é uma grande coisa para o mundo. Falo pelo romantismo, pela poesia de que se revestem a trajetória de times como o Timão, que ao longo de um século conquistaram admiradores ingênuos, trabalhadores, idosos, crianças que até os anos 80 viam nos times apenas motivo para passar bons momentos.
O Corinthians, dono de uma das mais belas histórias entre todas as entidades recreativas do planeta, terminou aliado a uma gente metida com tráfico internacional de armas, expurgos, assassinato, roubos, crimes financeiros que empobrecem milhões. Gente extraditada de seu país, inimigos de governos e povos, uma corja de covardes.
A era Parmalat e o Timão deram lições ao mundo do que não fazer. E eu mesmo reconheço que em algum momento fiz vista grossa, não querendo acreditar. Mas aí está. Espero que ninguém tenha de passar por isso outra vez, ninguém mesmo. É muito ruim.