O jogo de sábado serviu para reafirmar: Wanderley Luxemburgo tornou-se freguês de carteirinha de Muricy Ramalho. O retrospecto recente não deixa dúvidas. Comandando os dois times mais festejados do futebol paulista nos últimos anos, os duelos entre ambos refletem um desequilíbrio que não aparece no elenco nem nas conquistas dos times.
Desde que Luxemburgo regressou ao Santos da sua fracassada aventura espanhola, os times se enfrentaram seis vezes. Foram quatro vitórias do São Paulo (3 x 1 no Paulista de 2006, 1 x 0 no Brasileiro de 2006, 2 x 0 e 2 x 1 no Brasileiro de 2007), uma vitória do Santos (4 x 0 no Brasileiro de 2006, contra os reservas do São Paulo) e um empate (1 x 1 no Paulista de 2007).
Nesse período, o Santos conquistou dois títulos Paulistas, e o São Paulo caminha para seu segundo Brasileiro. Podemos considerar, portanto, que são duas equipes formadas para disputar títulos, e não apenas participar dos campeonatos. Olhando os elencos, então, torna-se ainda mais difícil afirmar que o time que tem Leandro e Souza como titulares das camisas 9 e 10 é um time mais perigoso do que o que tem Kleber Pereira e Petkovic como donos desses números.
Por que a discrepância nos confrontos, então?
Luxemburgo é um ex-treinador em atividade. Parece evidente que não sabe mais (ou não está interessado em) avaliar as características do adversário e montar seu time para explorá-las. Escalar dois meias lentos, fisicamente frágeis como Petkovic e Pedrinho juntos contra um time que tem na pegada sua melhor característica é um erro pueril – ou de prepotência. Se repetir a tolice no próximo confronto do Santos, contra o Grêmio, time de característica similar, o técnico vai amargar novo revés.
Muricy, por seu lado, mostrou ter estudado bem o Santos. Colocou Dagoberto para jogar em cima de Kleber, e impedir os avanços do lateral. Não deu espaços para Pedrinho e Pet e adiantou a marcação, deixando sempre a saída de bola nos pés de Domingos. Com isso, o São Paulo acuou o Santos e tornou-se uma questão de tempo para os gols saírem.
Quando os gols saíram, Luxa desceu do saltou e mudou o que evidentemente não vinha funcionando – a meia e a articulação com o ataque. Mesmo colocando o limitado Tabata, além de Vítor Junior e Moraes, o time cresceu, criou chances e marcou um gol no finzinho. Se tivesse sido menos prepotente, quem sabe...
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Um comentário:
Artigo muito bom. Gostei do site. Parabens a todos que contribuem para sua realização.
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