quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Melhor não entender cabeça de corinthiano

Sim, amigos, comemoramos muito o 0x1 contra o São Paulo. Era clássico, tinha tabu, Betão – que nunca havia vencido o time do Morumbi – fez o gol, enfim, estavam lá os ingredientes do épico. O senso comum ensina que é nesses momentos que a raça alvinegra dá resposta, que a gente se compraz é no sufoco, naquela escassa respirada. Tudo isso está certo. E claro que gostamos de ganhar. Mas celebraríamos se fosse contra o Íbis, porque é da nossa natureza sofrer mesmo.

Mas a situação atual nos leva a refletir sobre o emblemático time de 2005, símbolo de tudo o que se transformou o clube. Com exceção da comovente raça de Carlitos Tevez, não somos aquilo. Não somos grandes naquilo em que todos querem ser e que tem no São Paulo, no Barcelona, no Real e em tantos outros os melhores exemplos. Esse negócio de ter estádio, sócio-torcedor, pagar carnê para assistir jogos o ano inteiro é meio esquisito pra gente. Não fico confortável sequer com esses penduricalhos globalizados que são a marca da camisa e do patrocinador. Meu negócio é Finta e Kalunga.

Temos de aprender isso. Sejamos profissionais na grandeza de nossa modéstia. Somos grandes e quase imbatíveis numa outra zona da paixão futebolística, essa de geografia espraiada, superpovoada, de terreno pantanoso e peões rudes para desbravá-la com alegria. Misturamos isso mesmo, um espalhafato à italiana, uma feição trágica de mineiro, uma ginga à baiana, uns trompaços à gaúcha. Somos tudo isso em duas cores que não são nenhuma.

Somos vitoriosos assim, na vitória apertada ou na quase derrota.

Um comentário:

Claus Hansen disse...

Enfim, um time brasileiro autêntico.

Isso diz tudo e não diz nada, mas achei que complementaria.
:D