Não existe nada mais subjetivo do que a dor. Como podemos avaliar o que o outro realmente sente, mensurar seu sofrimento? Quem pode dizer com segurança que seu padecimento é menor do que o nosso? Nossa finitude não o permite. Somos todos prisioneiros dentro de nossas próprias peles.
Dentro dessa limitação, o que podemos fazer é apenas projetar como imaginamos que sentiríamos o contexto pelo qual o outro está passando.
Quarta-feira, 30 de maio de 2007: Grêmio e Santos se enfrentam no Olímpico pela primeira partida das semi-finais da Libertadores. O jogo segue equilibrado, com uma chance de gol para cada lado, até que o árbitro argentino inventa pênalti de Ávalos. Tcheco converte, e o Santos desaba. Daí em diante, o Grêmio reinaria absoluto no jogo.
A diretoria e comissão técnica do time gaúcho ironizaram as reclamações santistas em relação ao pênalti – que, ao fim dos 180 minutos, seria decisivo para a classificação do Grêmio. “Choro de perdedor”, disse o presidente gremista Paulo Odone.
Quarta-feira, 13 de maio de 2007: Boca e Grêmio se enfrentam em La Bombonera pela primeira partida das finais da Libertadores. O Grêmio domina territorialmente, até que o trio uruguaio validou gol de Palácios em impedimento. O time gaúcho foi refluindo no restante do primeiro tempo e viu o céu desabar sobre sua cabeça no segundo, com o Boca matando o jogo como quis.
Os gremistas reclamam muito da interferência da arbitragem. Será choro de perdedor?
Nada como um dia após o outro...
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3 comentários:
Pois é, nada como um dia após o outro. Tão importante quanto respeitar o adversário em um jogo decisivo, é respeitar sua dor.
Lembro das finais da Libertadores de 2006, após Rafael Sóbis ter sepultado as esperanças tricolores do tetra e do golzinho salvador no Beira-Rio não ter saído....
No dia seguinte, este colunista chegou para mim e disse: "Hoje não vou falar nada, pois entendo a sua dor". E retruquei lembrando que ele deve ter passado o mesmo após o 3x1 do Boca em 2003.
E assim vai, os verdinhos nas duas ocasiões contra o Boca, os marginais contra o River, São Paulo e Santos contra o Grêmio recentemente, e por aí afora.
Tirar sarro é fácil, respeitar...
Eu me pergunto: porque não fiquei assim quando Mireya Luis afundava o sonho do volei feminino naquelas semifinais de Olímpiada. Sei lá.
Ah. E essa coisa de "imortal" que o Galvão e o Juca não param de falar já encheu o saco. Que se f...
Até outro dia os caras estavam na Série B, perdendo pra Gama, Ituano e Anapolina.
O Caiçara fica aí, usando o blog e seus seis leitores (os cinco colunistas e o Marcelo) pra levar a cabo suas vingancinhas pessoais. Muito bom. Pegou bem a proposta de trabalho.
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