Se antes da primeira partida das semifinais da Libertadores o amigo fizesse uma enquete nos botecos pela América do Sul afora, atrevo-me a dizer que até na Colômbia o palpite mais ouvido para a finalíssima seria Santos x Boca Juniors.
Não que o Deportivo Cúcuta e o Grêmio – especialmente o Grêmio – não fossem cotados para seguir adiante, nada disso, mas nesse tipo de enquete há sempre uma tendência de prevalecer o imaginário. E não há camisas que mexam mais com a imaginação do sulamericano do que a do Santos de Pelé e do Boca de Maradona. Mais do que isso: são os únicos times que já reeditaram uma final de Libertadores - em 1963, duas vitórias santistas, em 2003, duas vitórias do Boca. Uma terceira final seria a negra...seria.
Grêmio e Cúcuta não foram avisados, e abriram significativa vantagem nos primeiros jogos (2 a 0 e 3 a 1). Mas, na verdade, isso não pode ser considerado surpresa para quem tem acompanhado o torneio.
O Santos, melhor campanha da Libertadores na primeira fase, há muito caiu de produção e não consegue reeditar o bom futebol do início do ano. Pior: carece de um homem de frente que seja capaz de causar intranqüilidade na defesa adversária e tem adotado uma atitude covarde nos jogos fora de casa, quando parece apenas buscar o 0 x 0.
Já o Grêmio começou mal a Libertadores, com dificuldade para vencer em casa e perdendo fora. O tempo passou, o time encorpou e ganhou confiança. Se está longe de ser um primor tecnicamente, é sem dúvida o time mais aguerrido entre os quatro finalistas.
Na outra chave, o Boca Juniors também não fez exatamente uma campanha brilhante. Quase foi eliminado na primeira fase, e depois se beneficiou de um lance estapafúrdio do goleiro do Vélez para eliminar o rival, que vinha muito melhor. Tem três jogadores que podem decidir o jogo a qualquer momento – Riquelme, Palácios e Palermo –, mas o time tem encontrado dificuldades para impor seu ritmo de jogo.
A grande surpresa é mesmo o Deportivo Cúcuta, que tem jogado o melhor futebol entre os quatro finalistas. Time que ocupa muito bem os espaços sem a bola, marcando com precisão sem apelar para faltas, o time colombiano é também o que melhor toca a bola do meio para a frente.
Nada impede que Santos e Boca, jogando em seus temidos alçapões, revertam a desvantagem de dois gols e avancem à final. Mas o palpite mais razoável deixa os dois de fora.
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