A chinelada desta semana é simbólica. Elegi Kléberson, ex-quase-reforço do peixe para o restante do certame, para levar a borrachada virtual, mas a carapuça, como o leitor há de perceber, serve para muitos.
Por meio da advogada Gislaine Nunes (sempre ela) e seguindo “conselhos” do empresário Marco Antônio Silva, Kléberson ingressou na Fifa em abril deste ano cobrando rescisão contratual do Besiktas, alegando dívidas superiores a 3 milhões de euros, entre atrasos salariais e outras obrigações contratuais que não teriam sido cumpridas. O time da Turquia, por sua vez, alegou à entidade ter depositado parte da pendência na Federação Turca e exigiu punição rigorosa ao atleta, que se afastou das atividades do clube, caracterizando abandono de emprego.
A Fifa deu ganho de causa ao clube turco na última sexta-feira e condenou o jogador, titular da seleção pentacampeã em 2002, a indenizar o Besiktas em € 3,18 milhões (cerca de R$ 8,4 milhões), suspendendo (ao menos) o acerto dele com o Santos.
Inconformado com o posicionamento da Fifa, o procurador do meio-campista sugeriu até mesmo um retorno do atleta ao clube turco na tentativa de evitar o pagamento da indenização, hipótese descartada pelo Besiktas.
Essa decisão, que indiretamente prejudica meu clube do coração, deve servir de sinal para atletas e clubes.
Para atletas, porque mostra que a liberdade com o fim do passe não significa libertinagem de bordel; que as assinaturas em contrato continuam valendo e quem desrespeita o que acordou, como Kléberson, está sujeito a punições. Já era mais do que hora de uma resposta dura a atletas e seus parasitas (empresários, advogados, etc.) que transformaram os clubes em reféns desde o caso Bosman (na Europa) e o advento da Lei Pelé (no Brasil).
Para clubes, porque mostra que há uma predisposição hoje na Fifa para coibir a mudança tresloucada de equipes que assola o futebol, descaracterizando as entidades, acabando com os ídolos, fazendo minguar o interesse dos jovens ainda não seduzidos por uma camisa.
Da parte deste caiçara, fico matutando qual teria sido a punição imposta a Robinho, que abandonou o Santos em meio ao campeonato para forçar sua transferência para o Real...
Mas sei lá se a decisão do tribunal seria a mesma se o beneficiário fosse um clube europeu.
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