quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Divina Comédia

"Os voluntariosos sabem rir de si mesmos." Ezequiel, I:9-10.


Ontem eu e o meu amigo Rodrigol fomos ao Cine Pacaembu assistir à comédia “Corinthians x América-RN”. O antagonista, lanterna absoluto do campeonato com 10 pontos somados, admite ter todos os seus planos concentrados na disputa da Série B de 2008. E vinha da 10ª derrota seguida. Diante disso, era de se esperar pelo menos um 3x0 em casa.

Mas o protagonista, bem, o protagonista era o Corinthians 2007. Sobraram, pois, motivos para que eu e o Rodrigol déssemos risada em vários momentos, como num jogo de várzea, apesar do placar de jogo sério, 1x0. Lamentar é o que não dava.

Das arquibancadas atrás do gol, vimos, por exemplo, o Carlos Alberto arrancar pela direita, como lateral improvisado, a torcida levantar esperando o cruzamento certeiro na pequena área e o desgraçado enfiar um bicudo no próprio pé esquerdo. Caiu em dores, o jogo parou e ele saiu de maca. Os cruzamentos, aliás, foram a piada pronta do jogo. Eu e o Rodrigol não vimos um escasso cruzamento certo ou à altura de jogador profissional.

Vimos também o América dar alguns sustos na nossa defesa, que dependeu do pobre Felipe para salvar a vitória magra. Sem falar nos balões sem rumo, bolas para a torcida e por aí vai. Rimos muito.

Outra coisa que aproxima esse Corinthians da comédia, ou da várzea, é o fato de quase não identificarmos os jogadores do nosso time em campo. Até porque chegamos com o jogo começado e não vimos a escalação. À exceção do Felipe com a 1, do Eterno com a 3, do Vampeta com a 5 e do Finazzi com a 9, o resto é um festival de camisas 17, 30, 23, 18, 27 e por aí vai. O Lulinha estava em campo e não percebemos, vejam só.

Foi legal. Somamos três pontos e demos risada. Futebol é diversão.

E deixo a graça final para o nosso Marcelo Domingues, leitor que nos honra com sua presença assídua:

“Depois do embate contra o Paraná, no final de semana, o Timão volta sua atenção à Copa Sul-Americana, que paga quase nada e vale menos ainda. Os corinthianos terão pela frente o Botafogo, dia 16, no Pacaembu. E por falar nisso, ontem um singelo episódio deve tê-los deixado cheios de saudade.

Rolava o “clássico” argentino entre Estudiantes e Lanús (aquele, do ano passado), valendo vaga nas Oitavas. Primeiro jogo, Lanús 2 a 0. Trinta e cinco do segundo tempo, o Estudiantes devolvia a patada e marcava 2 a 0. Até aí, caminhava para a disputa alternada de tiros livres diretos.

Eis que, num lance fortuito, quase sonolento, o ponta do Lanús cruza da esquerda, bola morta, pingando na área, inofensiva, e quem aparece pra meter pra dentro? Ele, o inesquecível Sebá, agora ‘xerife’ do Estudiantes, decretando o tento que eliminaria sua equipe.

Betão, o Eterno, deve ter visto e pensado: “Esse é meu garoto”.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A sina do verde

Fazia tempo, e bota tempo nisso, que eu não assistia a um jogo no Palestra Itália. Acho que a última vez foi no século passado, quando um certo Palmeiras tinha uma equipe de craques e não inspirava confiança em seus adversários.

É claro que clássico é clássico e dificilmente se pode apontar favoritos, vide o resultado de Corinthians e Santos no último domingo. Tanto que confesso não estar tão confiante na empreitada da semana passada. De qualquer forma, aceitei o convite dos amigos e segui para o estádio.

Ah, gostaria de ressaltar que os amigos eram, ou melhor, são (ainda, acredito), todos os cinco, palmeirenses.

O jogo não foi nenhum espetáculo. O São Paulo, como lhe é peculiar, enfrentou bem a pressão inicial, e passou a imprimir seu ritmo com boas jogadas que terminavam nas mãos de Diego Cavalieri. Todas menos uma. Tabela rápida iniciada por Dagoberto, pivô preciso de Aloísio “Chulapa” e toque de classe de Jorge Wagner. Comemorei sozinho.


A continuação da partida foi previsível, Caio Júnior tem medo de arriscar. O Tricolor joga como se 1 X 0 fosse goleada e resolve administrar o resultado. A pressão do Palmeiras é grande, mas não surte resultados expressivos, exceto por um lance, anulado corretamente – na minha visão – e injustamente para aquela massa verde ao meu lado. Dessa vez eu ri sozinho.

E assim foi passando o tempo, burocrático, sem expectativas de ambos os lados. Parecia que o placar já estava traçado e os 22 em campo só esperavam a hora de descer aos vestiários.

Quando o juiz apitou, sorri, meio amarelo, para meus amigos e outros desconhecidos. Achei por bem não demonstrar nada além. No caminho de volta, discutimos alguns lances, falamos de futebol e logo mudamos de assunto. O campeonato ainda tem algumas rodadas.

O próximo clássico terá um sabor diferente. Não porque já prevejo o resultado, mas porque assistirei ao espetáculo lá debaixo, com o pé na grama, verde, é claro. E depois voltarei aqui para dividir com vocês...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Santos aparece em 3º no ranking mundial

O Santos pulou para a 3ª posição do ranking mundial de clubes, criado pela Federação Internacional da História e Estatística do Futebol (IFFHS). O levantamento conta os resultados obtidos pelas agremiações nos últimos 12 meses e é atualizado mensalmente.

A conquista do Campeonato Paulista deste ano e a chegada à semi da Libertadores elevaram o Santos ao grupo dos líderes do ranking. Campeões sul-americano e europeu, respectivamente, Boca Juniors e Milan estão atrás do Santos na classificação.

Esse alemão que inventou o ranking é doido de pedra.

RANKING DE CLUBES (IFFHS)
1. Sevilla - 303 pontos
2. Chelsea - 291 pontos
3. Santos - 284 pontos
4. Boca Juniors - 270 pontos
5. Manchester - 266 pontos
17. São Paulo
97. Corinthians
266. Palmeiras

Chinelada da semana

A chinelada da semana é óbvia. Pela segunda vez, o empresário e ex-técnico em atividade Wanderley Luxemburgo ganha o título de merecedor da chuva de borrachudas na testa.

Depois de perder para América-RN e Náutico e empatar contra o Corinthians na Vila, o time (?) dirigido por Madureira conseguiu mais uma vez a nada invejável proeza de ser derrotado por um dos sacos de pancadas do campeonato, um arremedo de equipe que nem tinha onze titulares para ir a campo, dirigido por um treinador inexperiente, que já havia pedido demissão antes mesmo do jogo. Um técnico tido como estrela não pode perder constantemente para times inferiores tecnicamente.

O Corinthians entrou em campo sem meias e sem laterais, com 3 zagueiros, 5 volantes e 2 atacantes. Mas nem assim o “melhor técnico do Brasil” soube dar ao time um mínimo de competitividade...

E o que aconteceu? Aconteceu o óbvio. Aconteceu aquilo que esta coluna avisou há três semanas, na contratação de Petkovic. Jogando com dois atletas que fisicamente não correspondem (Pedrinho e Pet), o Santos, refluiu, perdendo o meio campo para um Corinthians apenas esforçado. O Santos perdeu para um time que consegue correr.

Luxemburgo, impassível, viu o time ser dominado no primeiro tempo. Inexplicavelmente, não mexeu no intervalo. Marcos Aurélio, que conseguiu não acertar uma só jogada enquanto esteve em campo, logo mostrou ao pofexor a bobagem que este fizera ao deixá-lo em campo, pisando na bola e armando o contra-ataque do segundo gol.

Na hora em que finalmente resolveu mexer no time, Luxemburgo foi óbvio. Tirou Pedrinho e colocou Tabata; tirou Marcos Aurélio e colocou Renatinho. Aí, veio a pitada de “ousadia”: tirou Baiano, como sempre faz, deslocou Maldonado para a lateral, como sempre faz, e colocou Vítor Junior. Não aconteceu nada, é claro.

O resultado é que o técnico-tampão da MSI, que ganha R$ 3.700, mais tíquete e vale-transporte (descontado IR e INSS, recebe líquidos R$ 3.120), saiu vencedor do Pacaembu. Em nenhum momento seu sistema sem meias e sem laterais foi sequer ameaçado pelo manager da Vila Belmiro, dos polpudos salários de R$ 500.000.

Luxemburgo, que já vem se revelando freguês de caderneta de Muricy e Renato Gaúcho, parece ter encontrado um novo algoz. Um técnico que ganha salário de superstar para passar o campeonato inteiro atrás de Celso Roth e Dorival Junior, tendo elenco nitidamente superior, é de lascar.

Surpresa? Só para quem não acompanha futebol ou quem, como o palestrino, parou em 1996. Luxemburgo é um ex-treinador em atividade. Faz tempo que para ele pouco importam os critérios técnicos na hora de escalar qualquer jogador. Só importa uma coisa: quem é o empresário. Por isso o torcedor santista teve de agüentar André “Belezinha”, Magnum, etc. E todos esses jogadores saíram do Santos sem deixar R$1 para o clube.

Enquanto isso, o Santos fica levando baile de times cuja folha salarial é menor que o salário do pofexor. Passados quase dois anos de sua chegada ao Santos Futebol Clube, pergunto: cadê a tão falada competência do homem? Foi desclassificado por um Grêmio medíocre na Libertadores, passou sufoco no Paulista contra o Bragantino, do mesmo bom goleiro Felipe (que mais uma vez segurou nosso ataque), classificando-se graças ao regulamento. Agora, no Brasileiro, outra vez conseguirá no máximo a classificação para a Libertadores.

Será que o custo x benefício de Luxemburgo compensa? R$ 2,4 milhões para dois campeonatos paulistas?Para mim, acabou. A todos os jogos do Santos que for até o final do campeonato, meu único propósito será xingar esse farsante. Cansei desse sanguessuga, que está drenando as finanças do Santos em troca de NADA