sábado, 11 de agosto de 2007

O monstro do armário

Os voluntariosos deixarão herdeiros. Ezequiel, I: 9, 10

No imaginário infantil, o armário do quarto é um dos primeiros “personagens” a assombrar as crianças nas noites de sono. Dali pode sair o mítico “monstro do armário” e é bom fechá-lo bem fechado e dormir de luz acesa. Com as crianças um pouco mais velhas, vêm apavorá-las a loira do banheiro (ou loira do algodão), lobisomem, mortos-vivos, aparições de todos os vultos e o Gustavo Nery para os corintianos.

O Corinthians de hoje (e já de algum tempo) é um armário de estimação dos tempos de criança de onde à noite saem uns monstros para aterrorizar a vida dos seus pobres torcedores. Rincón, Marcelinho, Dualib e o Vampeta, que tem cara e nome de monstro, mas é mais um fantasminha camarada e boquirroto.

Da grande noite corintiana ainda sairão muitos outros monstros. São Jorge, por favor, me empresta o dragão.

Por falar em criança, nossos vivas aqui à chegada da Giovana, filha do nosso escasso leitor Marcelo que ele acredita ser a mais nova são-paulina na praça, como o pai, mas que a mãe disse ser corintiana. E mãe sempre sabe um pouco mais sobre os filhos.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Finalmente, futebol (no post, ao menos)

Muito bem: livramo-nos, pelo menos temporariamente, do caquético; agora, voltemos nossas atenções ao time, pra variar. Vamos colocar um pouco de futebol aqui, porque se formos esperar para ver isso no campo estamos perdidos.

Parece que quanto mais rezamos, mais assombrações aparecem. Quem diabos teve a grande idéia de chamar o Gustavo Nery de volta? Esse cara tem a capacidade de afundar sozinho o time; não havia a necessidade de trazê-lo para ajudar a zaga nessa tarefa, certo?

Tudo contou, claro, com a complacência do técnico. Disse o inteligente Carpegiani após a derrota para o Vasco: "Individualmente, o Gustavo Nery foi forçado a atuar, porque ele ainda não está 100% fisicamente.” Então, porque colocá-lo para atuar improvisado na cobertura quando você tem um volante como Carlos Alberto no banco? É irritante, é idiotice, é burrice, é falta de conhecimento sobre futebol, falta de bom senso. Acho que o Carpegiani é palmeirense, como esse presidente-tampão que aí está.

Após a bem-sucedida campanha “Fora, Dualib!”, inauguro agora a “Fora, Carpegiani!”. Prioridades, amigos, prioridades.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Fora Caio Junior

O Palmeiras, mais uma vez, decepcionou a sua torcida em casa. Empatou com o Internacional e se afastou do G4. O caro Serginho, leitor que defendeu em um comentário que os torcedores precisavam apoiar o time, deve ter ficado orgulhoso – os 15 mil palmeirenses, mesmo num jogo em que o seu time foi plenamente dominado pelo adversário, apoiaram os atletas durante toda a partida, até o golpe final do Inter. Adiantou alguma coisa?

Nem quis ouvir a coletiva de imprensa, tamanho o meu desapontamento com o resultado. Ficaria irritado com as declarações do técnico Caio Junior, que certamente falou que o juiz errou, que o Palmeiras merecia melhor sorte, que a força do time prevaleceu em campo. Enfim, o blábláblá já conhecido. É sempre assim: ele faz cagada e nunca admite.

Vamos ao jogo. O Palmeiras faz 1X0 no começo do primeiro tempo. O jogo, então, segue bastante morno, com o Internacional dominando o meio de campo e tendo a posse de bola. O Palmeiras, com três volantes (claro!), não cria mais nenhuma chance de gol.

A – péssima – surpresa chega rápido: sai o Luis Henrique e entra o William. O Caio Junior fez o seguinte: tirou um atacante e colocou um meia. Deixou o Edmundo, que hoje é um jogador lento e cerebral, sozinho na frente, como um tonto no meio dos zagueiros. É claro que o Palmeiras não produziu mais nada, foi amplamente dominado e tomou o empate. E mais: só não perdeu o jogo graças ao Diego Cavalieri, que fez quatro grandes defesas no final da partida.

Caio Junior viu tudo do banco. Manteve a porra dos três volantes na equipe, colocou aquela bosta de William, que não cria, não faz gol – é verdade que ele tem uma história bonita e é um menino bacana, mas não joga nada – e deixou o Internacional empatar. Ele viu tudo e não fez nada. Ele viu que o Palmeiras estava sendo dominado e não fez nada. Ou melhor, colocou o Rodrigão (risos...) no lugar do Edmundo. Como castigo divino tomou o empate.

Deixo aqui um apelo: mandem esse técnico embora, logo. O Palmeiras não vai chegar a lugar nenhum com ele no comando. Fora Caio Junior!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Eu prefiro o Estevam

O Palmeiras ocupa hoje a sexta posição no Campeonato Brasileiro. A campanha é mediana: 7 vitórias, 5 empates e 5 derrotas. Se seguir nessa toada, o time conquistará apenas a vaga para a Sul-Americana. É pouco. Muito pouco.

Todos – ou, pelo menos, os diletos leitores dessa coluna – conhecem a minha opinião sobre o Caio Junior. Eu não o suporto. Acho-o despreparado, inexperiente e excessivamente retranqueiro. Em síntese, é técnico de time pequeno.

Vejam os exemplos dos últimos jogos. Contra o Juventude, o cenário era o seguinte: o time gaúcho atravessando péssima fase, na zona de rebaixamento, sem técnico e com um time bastante limitado; do outro lado, um Palmeiras também limitado, mas cheio de moral depois da virada contra o Vasco e com boas chances de voltar ao seleto grupo dos 4. Pois bem, tendo em vista esse cenário, não era para o Palmeiras sufocar o adversário – que, certamente, se desesperaria no momento de um placar desfavorável –?

Parece óbvio. Mas não, Caio Junior, que já se acha no direito de mandar uma banana para os torcedores das numeradas do Parque, não pensou assim. Trancou o time, escalou três zagueiros e dois volantes. Depois, precisando empatar o jogo, fez uma alteração arrojada – tirou um zagueiro e colocou um lateral, ignorando o esquema 3-5-2 e postando o time num 4-4-2, com três volantes. É. A alteração arrojada do Caio Junior é deixar o time com três volantes. Contra o Juventude!

Contra o Sport foi ainda pior. Caio armou o time com três zagueiros e dois volantes para enfrentar o Sport, em casa. Ele que se diz entendedor de futebol e que escala o time de acordo com o adversário, “como se faz na Europa”, não deixou de lado as suas convicções defensivistas e engessou o Palmeiras num esquema totalmente inapropriado para as condições do jogo. É claro que rapidamente ele precisou mudar o time.

E mais: perdendo de 1x2, em casa, e com um a mais, ele só resolveu mexer novamente aos 20 minutos do segundo tempo. Tarde demais. O time já estava desesperado e a torcida impaciente. A derrota para o Sport foi imperdoável, absurda.

O Palmeiras ganhou o último jogo. É verdade que o time foi beneficiado pela arbitragem. Mas ganhou, com boa atuação do Valdívia e do Edmundo. Mas, não, o Caio Junior ainda não está convencido de que os dois podem jogar juntos, mais o Luis Henrique.

Ele também adora uma novidade. Recentemente barrou o Edmundo, sob a alegação de deficiência técnica. Vá catar coquinho! O Edmundo manco e cego tem mais técnica do que todos os demais atacantes do elenco juntos. Trata-se de uma burrice dupla: o time perde a qualidade do Edmundo e a torcida, que já é crica, fica ainda mais nervosa.

O Edmundo é o único jogador do elenco capaz de armar o jogo. Também é o que o melhor conclui para o gol. O Palmeiras não pode prescindir dessa(s) competência(s).

Quero ainda lembrar que o Palmeiras praticamente perdeu a classificação no Paulistão em casa, quando com dois a mais, conseguiu empatar com o frágil Guaratinguetá. Sob o comando do Caio Junior, o time também deixou de avançar na Copa do Brasil, quando, novamente em casa, perdeu a classificação para o Ipatinga.

Caio Junior insiste em dizer que faz uma campanha digna no Palmeiras. É mentira. Até o Estevam Soares fez melhor, e com um time pior do que o atual técnico tem nas mãos. Fora Caio Junior. Eu prefiro o Estevam Soares!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Direto do forno

Corre na boca pequena que o São Paulo almeja uma grande contratação: o argentino Juan Sebastián Verón, atualmente no Estudiantes de La Plata. O meia viria para compor o setor mais deficiente do elenco tricolor desde os tempos de Raí e Kaká.

“La Brujita”, apelido do jogador na imprensa argentina, algo como “O Bruxinho”, soma em seu currículo títulos e problemas dentro e fora dos clubes. Apesar de não possuir exatamente o perfil do clube e de seus 32 anos, Verón é o tipo de craque que os torcedores vêm esperando.

Verón assinou seu primeiro contrato aos cinco anos com o Estudiantes de La Plata, graças a seu pai, “La Bruja”, craque argentino dos anos 60, que também lhe cedeu o apelido. Se destacou logo que subiu para o profissional e foi contratado pelo Boca Juniors, clube que lhe serviu de ponte para o futebol Europeu. Da Argentina para a Itália, brilhou na Sampdoria e se transferiu para o Parma, onde ganhou uma Copa da Itália e a Copa da Uefa de 1999. No ano seguinte foi para a Lazio, onde sagrou-se Campeão Italiano, e ainda levantou o caneco da Copa da Itália e da Super Copa Italiana, sempre como capitão.

Antes de se transferir para o Manchester United, La Brujita se envolveu no conhecido escândalo dos passaportes italianos (junto com alguns brasileiros). Passou ainda pelo Chelsea e Inter de Milão, seu último clube europeu, onde jogou ao lado de Adriano. Seu futebol lhe valeu também uma vaga na seleção dos melhores jogadores da Copa do Mundo de 1998.

Verón enfrentou o São Paulo nas quartas-de-final da Libertadores de 2006, logo que voltou ao Estudiantes, e ali já recebeu elogios da diretoria do clube brasileiro.


Estariam os dias de Souza com a camisa 10 contados? Espero que sim...

Reciclem o Pet...

O Santos fechou negócio com dois novos reforços para o restante da temporada: o lateral Baiano e o meia sérvio Dejan Petkovic.

Com Baiano nem devo gastar muita pena. Surgiu na própria Vila Belmiro, em 1996, como um dos jogadores mais burros da história do futebol mundial. Foi dos que mais xinguei até finalmente ele desaparecer do mapa.

Mas jogador ruim não tem jeito, parece ectoplasma nojento de filme B de horror – sempre volta quando você jura que ele está morto. Baiano passou o primeiro semestre no Náutico, de onde foi dispensado, e agora foi cedido “de grátis” pelo Rubin Kazan (AlahKazam?), da Rússia, que pelo jeito quer vê-lo mais longe do que na Sibéria.

Com esse currículo impressionante, ele retorna para causar calafrios aos pobres alvinegros.

Sobre a contratação de Petkovic, 34, indicado por Vanderlei Luxemburgo, a primeira frase que me ocorre é uma do próprio Luxa sobre Giovanni, 34, dispensado por ele em janeiro do ano passado: “Queremos renovar o grupo”. Coerência é o forte do professor.

Petkovic não só é velho como estava encostado desde o início do Brasileiro, quando se desligou do Goiás, onde não fez sucesso. Luxemburgo queria tê-lo trazido ao final de 2004, mas acabou indo para o Real, e a transação foi adiada por três anos...

Só que o tempo passa...

Se hoje nem para o futebol faz-de-conta do RJ ele serve mais, alguém acha mesmo que Pet vai resolver o problema do Santos?

Quem deve ter gostado da contratação são os donos de casas noturnas da baixada. Só falta chamar o Romário pra completar o "movimento".

De resto, Pet bate mesmo muito bem na bola. Se tivesse a possibilidade de entrar só para as bolas paradas, seria uma boa contratação.

Como o futebol não permite isso, o melhor que o Santos pode fazer é mandar logo o PET para a reciclagem... se bem que a latinha de alumínio vale mais.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Chinelada da semana

A chinelada da semana é no invariavelmente parcial e casuísta STJD/RJ.

Em mais uma demonstração inequívoca de desonestidade e premeditação, o tribunal decidiu, sem nenhum fato novo, pela absolvição de Dodô, por 5 votos a 3.

Dodô foi indiciado após a partida entre Botafogo e Vasco pelo uso da substância proibida femproporex, confirmada na contraprova. No primeiro julgamento, ele foi condenado, por unanimidade, a 120 dias de suspensão, só podendo voltar aos gramados em novembro.

A defesa do jogador, com base em análises de laboratório, alegou que houve contaminação de um lote das cápsulas de cafeína.

Independentemente das alegações, Dodô não poderia voltar. A tese historicamente aplicada pelo tribunal aos casos de doping é chamada de “responsabilidade objetiva”, isto é, independentemente da intenção do atleta em se dopar, ele é responsável por tudo o que ingere – e, por conseqüência, pelos danos que venha a sofrer.

Mas, sabem como é, o São Paulo estava encostando na classificação...

domingo, 5 de agosto de 2007

Conversa de porteiro

A coisa é muito rápida porque a passagem pela portaria do prédio é rápida e janelinha, pequena. Mas é mais ou menos assim:

O porteiro: - 1x0.

E eu: - É?

E ele: - Vampeta jogou muito.

Com o Corinthians desse jeito é o suficiente. Uma pequena e expressa boa notícia de porteiro traduz a índole de torcedor e alivia um pouco as dores.