sexta-feira, 18 de maio de 2007

A volta do velho Vamp

Nenhum outro jogador, em qualquer outro tempo, aliou raça, técnica, habilidade e comportamento politicamente incorreto como Vampeta, o velho Vamp (acrescentem feiúra à lista, também). Bicampeão brasileiro pelo Timão, um belo dia no fim de 1999 um repórter pergunta ao volante o que ele iria fazer nas férias:

- Eu vou é fazer muito sexo!

Deve ser um cara legal, o velho Vamp. Um cara que batizou oficialmente a torcida tricolina de Bâmbis só pode ser legal. Mas terá ele condições, técnicas e psicológicas, de fazer algo mais com a camisa do Corinthians?

Para mim, não importa. O velho Vamp está de volta. Isso merece uma cerveja.

60 atacantes para o lugar de Jô na Seleção

Eu devo ter visto o Jô ao vivo, no estádio, umas 14 ou 15 vezes. Então posso falar: o moleque, coitado, era ruim demais. Uma mistura de girafa, pau-de-sebo e joão-bobo, por assim dizer.

Por isso, não consigo entender o que deu na cabeça do Dunga para convocá-lo para a Seleção. Chamar um tal de Afonso de quem ninguém nunca ouviu falar, vá lá; mas o Jô? Deve ser mal de principiante.

Para ajudar o técnico de nossa seleção, listei 60 nomes que poderiam substituir o hoje ex-moleque Jô no escrete canarinho. Há alguns machucados, outros já aposentados, mas, se estão aí, é porque eu acho que, em quaisquer condições, eles seriam melhor aproveitados do que o Jô, que me dá pesadelos até hoje. O Obina, por exemplo, se tivesse as pernas amputadas ainda assim seria melhor.

São eles:

Finazzi; Dodô; Carlinhos Bala; Obina; Luis Fabiano; Dimba; Alex Dias; Romário; Edmundo; Leandro Amaral; Diogo (artilheiro da Lusa); Araújo; Leandro (SP); Osmar; Jorge Henrique; Denis Marques; Kuki; Sorato; Túlio; Tchô; Aloísio; Lenny; Rodrigo Tiuí; Somália; Vitor Simões; Robgol; Vandinho (atualmente, Avaí); Ricardo Oliveira; Guilherme; Marcelinho Carioca; Adriano; Júlio Batista; Amoroso; Alex Terra (Sertãozinho); Nilmar; Ronaldinho Gorducho; Bruno Mezenga; Jonas; Caio; Aílton (aquele do Schalke); Rodrigol; Josiel (Paraná Clube); Weldon; Adriano Magrão; Ramón (Figueirense); Lincoln; Roger (Ponte); Renato Gaúcho; Nenê; Clodoaldo (artilheiro da Série B, do Criciúma); Tuta; Dinei (o novo, o novo); Edílson; Warley; Alex Afonso; Roni; Marcos Aurélio; Fábio Junior; Rafael Moura; e Éder Luis.

Ouça-me, Dunga, ouça-me. Por favor.

A Semana: o que valeu a pena e o que foi uma bosta

O que valeu a pena

A volta do velho Vamp. A gravata do Luxa em América 0 X 0 Santos (lembro de ter visto uma igual na Dorinho' s). A declaração de Dimba após a garfada no seu Brasiliense, contra o Fluminense: Isso é coisa pra Polícia Federal e pro FMI (será que ele quer uma grana?).

O que foi uma bosta

A convocação da Seleção Brasileira que vai disputar a Copa América (Jô???). A atuação de Héber Roberto Lopes em Fluminense X Figueirense, pela Copa do Brasil. A saída do Magrão do Corinthians. As caretas do Carpegiani.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

As cambalhotas do Corinthians

“Os voluntariosos dão lá suas cambalhotas” – Ezequiel, I: 9, 10

Sai Magrão, entra Vampeta. Antes fosse mera alteração numa partida. A troca de volantes expõe as vísceras do que é a gestão do Corinthians hoje: sai um jogador por cujo empréstimo o time não pôde pagar – não tinha os US$ 300 mil da segunda parcela cobrada pelos japoneses do Yokohama Marinos – entra um jogador que veio grátis. Vampeta não assinou contrato, coisa do tipo “tô aqui pedindo pra jogar”, só vai receber salário. Ideal para o Corinthians, que disfarça a penúria com a surrada estratégia de tentar resgatar para a glória um vitorioso do passado recente. Deu errado com Rincón, Ricardinho e Marcelinho.

Enquanto esteve no Corinthians, Magrão me pareceu um digno voluntarioso, candidato ainda distante à estirpe de Ezequiel, mas candidato. Não comprometeu, fez gols e poderia ser ídolo definitivo no Corinthians não tivesse naufragado neste primeiro semestre junto com o time no merdel em que vive. As declarações, na sua despedida, de que é corintiano de família de corintianos mostram que poderia haver uma bela história nessa história, precocemente interrompida.

Já Vampeta é dono da história que deixou para trás, perdendo-a para passagens obscuras em outros times e para o peso, que sobra. Meu amigo Luizão, corintiano doente de tão calmo, mas um corintiano doente, já há uns dois meses me confidenciava a cervejas tantas sua vontade de ver o velho Vamp de volta ao Timão. A assombrosa premonição trazia seu desejo íntimo de ver aquelas velhas arrancadas fulminantes, as assistências feitas a régua, aquele manancial de belezas com que o filho ilustre de Nazaré das Farinhas nos presenteava. Temo que esse tempo não volte. Creio mesmo que seria possível vê-lo bebaço novamente, mas as cambalhotas corintianas no Planalto, essas acho que ele já não consegue mais. Se bem que tem outro corintiano lá dando cambalhotas com as coisas do povo, mas essa é outra história.

Mas vá lá, tudo pode acontecer com o Corinthians – bem entendido, dentro daquela relação íntima entre jogadores em campo e torcida nas arquibancadas e sofás, jamais nos escritórios dos que o dirigem. De repente o Vampeta resolve jogar tudo o que sabe. Vejam que depois dessa estréia no Brasileirão enxerguei naquele gol do Finazzi aquela fagulha que pode acender a fogueira do Timão. Foi aquele toque assim, meio de lado, já saindo, lance de oportunismo, Corinthians 1x0. Ou seja, meu pessimismo da semana passada já dá lugar a uma ainda represada vontade de achar que nós vamos ganhar essa porra esse ano.

São as cambalhotas que o Corinthians dá.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Sobre desejos e sonhos


Segundo Freud, o sonho é a expressão dos nossos desejos. No futebol, os grandes times, os dribles de efeito, os belos gols, as seleções: tudo começa pelo sonho. Não é à toa que, nos momentos de decisão, os jogadores contam que sonharam com as jogadas e com os gols, que depois seriam executados dentro do campo.

Faço essa introdução sobre desejos e sonhos para, na verdade, abordar as chances do Palmeiras nesse Campeonato Brasileiro. Parece claro, apesar de estarmos no início da competição, que o time tem poucas chances de arrematar o título. Esse também nem é o desejo da diretoria e do técnico, que insistem em dizer que “o objetivo – o desejo – é se classificar para a Libertadores”. É pouco. Muito pouco. O Palmeiras, em qualquer campeonato, tem que entrar pensando no título. E, é claro, tem que estar preparado para isso. A torcida do Palestra, há tempos, perdeu o direito de sonhar.

O pensar grande

O desejo a que eu me referi também pode ser compreendido, de certa maneira, como um pensar grande. Mesmo com todas as dificuldades administrativas que refletiram no desempenho do Palmeiras dentro do campo, o time tinha a obrigação de se classificar no Paulistão. Caio Jr pensou pequeno durante grande parte do campeonato, ao insistir com um esquema – retranqueiro – de três zagueiros e dois volantes. A classificação, naturalmente, não veio.

Caio Junior também pensou pequeno quando, ganhando de 2x0 de um Flamengo exaurido no último domingo, colocou um volante no lugar do Osmar, que saíra machucado. A sorte ajudou e o Palmeiras, quando o jogo estava empatado, achou um gol que enterrou as chances de nova reação do time carioca.

A força da marca Palmeiras

A Sociedade Esportiva Palmeiras é o principal pilar da estratégia da alemã Adidas de se tornar líder na venda de artigos esportivos no Brasil. É um bom sinal. A aposta no clube revela a força de sua marca, de sua tradição e de sua grandeza.

Como é bonita a nova camisa do Palmeiras!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Ordem no barraco... ou como planejar, executar e atingir metas

Na última sexta-feira, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo Futebol Clube visitou o CT, na Barra funda, acompanhou o treinamento, concedeu entrevista coletiva e à tarde teve uma conversa com o treinador Muricy Ramalho.

Nada muito anormal, se o tema abordado em suas conversas não fosse a recente eliminação no Campeonato Paulista e na Libertadores da América e as contundentes declarações sobre o rumo da equipe, e no seu tradicional estilo provocativo, destilou algumas indiretas a jogadores e ao treinador.

Pois bem, tirando os excessos e a polêmica fomentada pelos veículos de comunicação, a atitude do presidente não chega a ser impensada. Imaginando uma empresa com administração condizente, teremos um planejamento geral com metas específicas para cada área. E num relatório ao final do ano ou prazo estipulado serão verificados os resultados, destacando-se pontos fortes e deficiências.

Os prêmios do primeiro semestre não podem ser mais alcançados. Tendo isso em vista, o clube deixou de ganhar cerca de R$ 15 milhões, considerando os valores pagos aos finalistas, campeões e possíveis bilheterias.

Na minha visão, mesmo considerando os resultados como possibilidades, isso é um prejuízo, tanto para os cofres quanto para a imagem do clube. E nada mais justo que todos sejam cobrados. O investimento em salários e estrutura existe por um motivo bem simples: títulos, e tudo mais por trás.

Está na hora dos jogadores perceberem que eles fazem parte de um esquema maior, um organismo que movimenta não só a bola numa partida, mas toda uma indústria de entretenimento e que os altos salários, defendidos anteriormente aqui por nosso profeta Ezequiel, estão intimamente ligados aos resultados dentro de campo.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Começou o Brasileirão... e daí?

Começou neste fim de semana o Campeonato Brasileiro.

O torcedor ainda nem se recuperou direito da ressaca dos estaduais, ou está muito mais preocupado com as fases decisivas de Copa do Brasil e Libertadores da América, mas como a TV não pode ficar sem programação no domingo à tarde – mesmo que seja o Dia das Mães –, o negócio é começar logo o novo campeonato.

O resultado é o anti-clímax, o sabor de fim de festa numa rodada que deveria ser gloriosa, com uma grande festa de abertura envolvendo as maiores torcidas do futebol brasileiro.

Mas o que se viu? O campeão São Paulo estreando num Morumbi deserto, fechado pela invasão de campo de um torcedor no ano passado; o Corinthians afastado do Pacaembu pelo papa, acompanhado por 5 mil testemunhas no Morumbi; o Palmeiras indo ao Rio para enfrentar o Flamengo... e um Maracanã vazio.

Santos e Grêmio, dois favoritos nas listas de apostas, estrearam com sonoras derrotas, preço a pagar por utilizar times reservas, visto que poupam seus titulares para os confrontos do meio de semana pela Libertadores. Zé Roberto, tido como o grande jogador do futebol brasileiro no primeiro semestre, não estreou. Dagoberto, a maior promessa do Brasileirão, estreou para público nenhum.

Nada de novo. O futebol brasileiro continua sendo o maior inimigo de si mesmo, banalizando o que deveria ser um grande evento. E mostra, em sua primeira rodada, sua vocação para ser, apenas, fornecedor de mão-de-obra barata, enriquecendo os parasitas de sempre.

Do outro lado do oceano, quem já entendeu que o business só é sustentável e lucrativo para todos enquanto existe o espetáculo, agradece, sorri com nossa incompetência e nos concede, indulgentemente, uma Copa do Mundo a cada quatro anos para podermos reafirmar nossa superioridade entre as seleções, estimulando novos talentos a continuarem alimentando a insaciável indústria.

Começou o Campeonato Brasileiro.

E daí?

Nem os ovos estão na cesta e já dão o que falar

Duas notas do Painel FC, da Folha de S.Paulo de hoje, dão conta do porquê ser uma fria a tal Cesta de Jogadores que o Alviverde quer montar, já comentada neste espaço (aqui):

Time de estrelas. A oposição palmeirense reclama de a diretoria escolher dois advogados que não são conselheiros para administrar o Palestra Investimentos, nome do fundo com direitos econômicos de jogadores do clube. Um deles é Sérgio d'Antino, empresário de Ana Maria Braga e Adriane Galisteu.

Boleiro. D'Antino já trabalhou para o apresentador Ratinho, cujo filho agencia jogadores de futebol. Já defendeu alguns atletas.

Imaginemos o seguinte: de repente, chega ao Palmeiras um jogador de quem nunca ouviu falar, mas tratado pela diretoria como grande promessa. O rapaz vem de qualquer um desses clubes do interior do Paraná, Malutron, Adap, Maringá, Cianorte etc. O pobre jogador poderia até ser o novo Pelé, mas quem garantiria que a coisa toda não teria o dedo de um empresário interessado em lucrar e fazer seus amigos lucrarem (a família Massa, do Ratinho, tem sua "base" de atuação no Paraná)? Como a diretoria do Palmeiras pode pensar em criar um fundo de investimento em jogadores e colocar no conselho um empresário que é notadamente amigo de um empresário do ramo?

E isso é só o começo - se algo assim vingar, certamente outros pontos nebulosos ficarão sem explicação. Não há saída.

Quer dizer, até há: se os clubes virassem todos empresas, com administração profissional e - quiçá! - capital aberto, seria obrigação dos gestores manterem a transparência e o profissionalismo. Infelizmente, o dia em que isso poderá acontecer ainda não chegou. Governança é algo que passa bem longe dos nossos clubes.

Para acessar o Painel, clique aqui (para assinantes).

domingo, 13 de maio de 2007

Santos seria rebaixado se Brasileirão acabasse hoje

É só dar uma olhada na tabela: o Santos foi goleado pelo Sport por 4 X 1, em Recife, e está na 19ª posição:


É verdade que não há sentido nenhum em dizer uma coisa dessas logo após a primeira rodada. Também é óbvio que daqui a alguns jogos a equipe do Luxa estará brigando pelo título. Mas eu queria muito escrever o título dessa nota.

E o Corinthians ganhou: bateu o Juventude por 1 X 0. Aleluia! É o primeiro milagre de São Galvão depois de ser canonizado!