segunda-feira, 14 de maio de 2007

Começou o Brasileirão... e daí?

Começou neste fim de semana o Campeonato Brasileiro.

O torcedor ainda nem se recuperou direito da ressaca dos estaduais, ou está muito mais preocupado com as fases decisivas de Copa do Brasil e Libertadores da América, mas como a TV não pode ficar sem programação no domingo à tarde – mesmo que seja o Dia das Mães –, o negócio é começar logo o novo campeonato.

O resultado é o anti-clímax, o sabor de fim de festa numa rodada que deveria ser gloriosa, com uma grande festa de abertura envolvendo as maiores torcidas do futebol brasileiro.

Mas o que se viu? O campeão São Paulo estreando num Morumbi deserto, fechado pela invasão de campo de um torcedor no ano passado; o Corinthians afastado do Pacaembu pelo papa, acompanhado por 5 mil testemunhas no Morumbi; o Palmeiras indo ao Rio para enfrentar o Flamengo... e um Maracanã vazio.

Santos e Grêmio, dois favoritos nas listas de apostas, estrearam com sonoras derrotas, preço a pagar por utilizar times reservas, visto que poupam seus titulares para os confrontos do meio de semana pela Libertadores. Zé Roberto, tido como o grande jogador do futebol brasileiro no primeiro semestre, não estreou. Dagoberto, a maior promessa do Brasileirão, estreou para público nenhum.

Nada de novo. O futebol brasileiro continua sendo o maior inimigo de si mesmo, banalizando o que deveria ser um grande evento. E mostra, em sua primeira rodada, sua vocação para ser, apenas, fornecedor de mão-de-obra barata, enriquecendo os parasitas de sempre.

Do outro lado do oceano, quem já entendeu que o business só é sustentável e lucrativo para todos enquanto existe o espetáculo, agradece, sorri com nossa incompetência e nos concede, indulgentemente, uma Copa do Mundo a cada quatro anos para podermos reafirmar nossa superioridade entre as seleções, estimulando novos talentos a continuarem alimentando a insaciável indústria.

Começou o Campeonato Brasileiro.

E daí?

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