terça-feira, 11 de setembro de 2007

Chinelada da semana

Finalmente a imprensa está começando a admitir, com base em evidências irrefutáveis, aquilo que todo torcedor não-corintiano sabe há dois anos: o título de 2005 foi um dos maiores engodos da história do futebol mundial.

A postura de salvaguardar uma competição conspurcada pelo arranjo de resultados e casuísmo do tribunal revelou uma imprensa contaminada por paixões clubísticas (não é, Juca?) e interesses comerciais. Poucos momentos nos últimos anos foram mais patéticos do que o Galvão conclamando os corintianos a comemorarem o título ‘merecido’ na derrota para o Goiás. Chinelada em todos eles: Galvão, Juca e todos os covardes que, de posse da pena, não denunciaram a farsa.

Se o futebol brasileiro quer recuperar qualquer traço de moralidade, o título de 2005 deve ser dado ao seu verdadeiro dono (o Internacional) e o Corinthians tem de ser rebaixado pelas falcatruas perpetradas pelos seus dirigentes/parceiros/comparsas.

Com a palavra, Luiz Antônio Prósperi, que no JT desta segunda-feira pela primeira vez publicou, na grande imprensa, a verdade que todos sabem.


Um título sob suspeita

O Corinthians, com os dólares encardidos da MSI, conquistou o Brasileirão 2005. Título suspeito

O futebol brasileiro está em xeque desde sábado quando veio a público um relatório de 72 páginas, elaborado pela Polícia Federal, sobre a suja parceria entre Corinthians e MSI. Grampos telefônicos realizados pela PF expõem as vísceras do negócio entre um dos mais fortes clubes do Brasil e um grupo estrangeiro que pratica o crime de lavagem de dinheiro. Os efeitos da investigação da PF podem, sim senhor, colocar sob suspeita a conquista do título brasileiro pelo Corinthians em 2005, ano de consolidação da parceria com a MSI .Se a parceria nasceu e sobreviveu na lama, não é difícil imaginar que todos os atos desse consórcio clube e empresa (?) foram contaminados. Evidente que respingou no campo de jogo. Para quem não se lembra, o Campeonato Brasileiro de 2005 foi maculado com a crise da arbitragem provocada por Edílson Pereira de Carvalho, aquele que manipulava resultados para encher os seus bolsos e dos comparsas nas apostas pela internet.Campeonato contaminado que acabou com o Corinthians campeão. Corinthians esse mergulhado até o pescoço no pântano com a MSI. Não é absurdo imaginar que o clube, com apoio de especialistas em maracutaias dentro da MSI, tenha 'comprado' jogos para fazer do Corinthians o vencedor. Depois do relatório da PF, revelado pelo bravo Bob Fernandes, do Terra Magazine, e Juca Kfouri, da Folha, tudo o que envolveu o Corinthians nos últimos três anos está sob suspeita.Cabe agora ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, sempre pronto a defender a lisura do futebol brasileiro, uma revisão de tudo o que o se passou no Brasileirão de 2005 para colocar o campeonato a limpo. O mesmo STJD, na época presidido por Luiz Zveiter, anulou jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho. Jogos anulados que acabaram, de uma forma direta, beneficiando o Corinthians.O STJD está com a palavra. Do tribunal e da própria CBF se espera revisão criteriosa do Brasileirão de 2005 para declarar o Corinthians o legítimo campeão. E se algum ato ilícito for constatado, o Corinthians deve ser punido com o rebaixamento. Na Itália, a Juventus, teve o título da temporada 2005/2006 cassado e foi condenada a jogar a Série B por envolvimento no escândalo de resultados. Fora do âmbito desportivo, que os dirigentes corintianos se entendam com a polícia agora e a Justiça mais tarde.