sexta-feira, 29 de junho de 2007

A Semana: o que valeu a pena e o que foi uma bosta

(23/06 a 29/06/07)

O que valeu a pena

A entrevista do vice de futebol do Parmera, José Cyrillo Júnior, ao Debate Bola, da Record, entregando o Rycharlisson (ou Richarlyçon, ou Rycharlysson, ou Filisbino, sei lá). Só essa já valeu pelo mês inteiro.

O que foi uma bosta

Doni; Maicon (Daniel Alves), Alex, Juan e Gilberto; Mineiro, Gilberto Silva, Elano (Afonso) e Diego (Anderson); Robinho e Vágner Love. Técnico: Dunga

Richarlysongate

Vocês, os mais puritanos, me perdoem, mas a expressão “merda voadora” é a que melhor explica a atitude do vice de futebol do Parmerinha, José Cyrillo Júnior, no programa Debate Bola, da TV Record, apresentado pelo Milton Neves, aquele aspirante a Luiz Antonio Cury Galebe. Se você esteve em Marte nos últimos dias, eu explico: Cyrillo entregou, sem querer, o pobre Richarlyson em rede nacional; quando perguntado se era o Parmera o jogador que iria anunciar sua homossexualidade no Fantástico, Cyrillo saiu-se com um “Não, o Richarlyson quase foi do Palmeiras...”

Salvador Hugo Palaia, o Mum-Ha do parque Antarctica, deve estar rindo à toa. Afinal, foi ele que, há cerca de um ano e meio atrás, tomou um chapéu do Richarlyson, a quem chamou de “Filisbino”, o último nome do jogador – o do meio (no bom sentido) é Barbosa. Palaia também é um grande lançador de merdas voadoras. Ele foi o criador da auto-entrevista, quando, no ápice de sua desgastada relação com a imprensa, resolveu responder apenas às perguntas que ele mesmo fazia.

O que dizer então do advogado do Felisbino, Julio Fressatto? Na ânsia de tirar o de seu cliente da reta (ou nem tanto, não sei) mandou a seguinte declaração: “Não existe a mínima possibilidade de esse jogador ser o Richarlyson. Conheço a família dele, sua índole e seu caráter há 11 anos, desde que ele começou a jogar.”

Então vamos supor que Richarlyson seja mesmo gay, o que não é nada impossível, e resolva assumir-se assim no Fantástico. Será ele um sem-caráter de má índole? Todos os homossexuais não têm caráter? E eu achando que eu é que era politicamente incorreto.

Essa merda voou bastante e foi cair no portal gay A Capa, que batizou a bagunça de Richarlysongate e publicou uma matéria sobre o inbróglio: Caso de suposto jogador gay expõe entranhas do machismo tupiniquim (a foto acima foi retirada de lá). Atingiu também o site da G Online (olha o eu vou buscar para escrever um texto legal...), no qual a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgeneros (ABGLT) apareceu condenando Cyrillo. Leo Mendes, secretário de comunicação da entidade, mandou brasa: “Num país onde se demite, mata, expulsa-se de casa e da escola as pessoas por serem homossexuais, não é comum e fácil que pessoas públicas explicitem sua orientação sexual.”

Olha aí o que o Cyrillo foi arranjar. Como o Coringão não está envolvido, de minha parte estou achando muito divertido, e torço para essa história ainda durar umas duas semanas – acho inclusive que o São Paulo também. Sabe como é, o departamento de Marketing deles é muito ativo, e há todo um lance de fixação da marca...

(E você não sabe quem é Luiz Antonio Cury Galebe? Ah, por favor...)

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Fica William. Benfica William.

"Os voluntariosos ficam" - Ezequiel, I, 9-10
Fica William. Fica nada. Benfica, William. O torcedor pede, por ele e por outros, mas qual. Torcedor só existe quando apanha da polícia, se mata no metrô, joga havaiana no gramado, essas merdas.

Quando começa a se acostumar com um jogador mediano – porque é só o que restou no Brasil – o cara se manda. Tá certo que o William ainda não foi, mas não voltou. Segundo consta já era por R$ 39 milhões. Eduardo Ratinho também aparece na imprensa como já negociado com o mesmo Benfica.
É desmanche. Everton Santos e Zelão já receberam propostas e o Corinthians/MSI precisa vender.
Se considerarmos que todos os jogadores da Seleção que perderam ontem para o México jogam na Europa [Doni é desses enigmas cuja explicação está em outra dimensão de existência], então o que resta aqui? Devemos encarar os fatos e reconhecer que o que chamamos de Série A do Brasileiro é no máximo a Série C, a Série B é a quarta divisão (existe?) e a Série C é um monte de casados contra solteiros.
Quem voltou foi o Dualib, depois de dois meses perambulando pelo Reino Unido. Com tantas operações ruidosas da PF e seus nomes espalhafatosos, não sobrou um agente, umzinho que fosse, pra dar cabo desse véio no aeroporto mesmo?
Ninguém comentou, mas se aquele adiamento para agosto do jogo Corinthians x Botafogo fosse com o Santos do Caiçara, por exemplo, diriam que o Campeonato de 2007 é o mais roubado da história. Por causa disso o Corinthians despencou da segunda para a sexta colocação. Agora vem a porcada disposta a sair da crise.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Um time em decadência

A preferência do Kleber pelo Santos causou um ruído na relação entre o Palmeiras e o time do litoral. A situação piorou ainda mais com uma suposta declaração do supervisor de futebol do Santos, Luiz Henrique de Menezes (?), que teria dito que o Palmeiras é um clube decadente

Não conheço esse senhor,...de Menezes, e sem sei qual é a sua represantividade para o Santos – presumo que é nula, tendo em vista que o Luxemburgo é manager e técnico –, mas ele tem razão, lamentavelmente. O Palmeiras hoje é um time em decadência. Evidências não faltam: o clube experimenta uma das maiores crises financeiras da sua história; o time de futebol não ganha um título expressivo há quase dez anos, atrasa o pagamento do salários dos seus atletas e tem sido sistematicamente preterido por vários jogadores. Sendo assim, o Palmeiras é ou não é um clube decadente?

A discussão aqui não é a grandeza do Palmeiras. Ele segue como um dos mais importantes e maiores clubes do País. Mas não podemos viver de história. E hoje, notadamente, o Palestra experimenta um momento de baixa. Podemos atribuir a culpa, em parte, à gestão do ex-presidente, aquele um que é chegado numa comida árabe. Outra parte importante deve ser creditada à atual diretoria, que, por meio de contratações estapafúrdias e erros primários de gestão, ajudou a debilitar ainda mais a saúde financeira do clube. E pior: esses senhores estão maculando a reputação gloriosa do Palmeiras – não pagar salário, mesmo num cenário surreal como é o futebol brasileiro, é o fim da picada. É vergonhoso.

Também causa vergonha a recorrência das esnobadas que o Palmeiras anda levando de jogadores absolutamente medianos. Lembremos os casos do Edu Bala (!), Alecsandro (!), Denis Marques (!) e agora desse tal de Kleber, sem contar os recentes episódios com o Paulo Baier e o Florentim. Eu também esnobaria se fosse jogador. A pressão é grande, a torcida é exigente e impaciente e o clube ainda não paga salário?! Tem que esnobar mesmo.

A diretoria se defende dizendo que o clube está se ajustando, se reestruturando depois de anos de péssima gestão financeira do Mustafá. Eu não acredito. Mas, se o problema é esse, então, priorizem a sua resolução e sejam transparentes ao tratar o assunto com a torcida e com a imprensa. Só assim o Palmeiras conseguirá sair da crise no médio prazo e voltar aos títulos.

Ah, pensando no curto prazo, mandem pra rua o covarde do Caio Junior. Nem em crise o Palmeiras merece um técnico medroso, inexperiente e incompetente como ele.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Ah se fosse assim

No antigo México, no coração das cidades maias e astecas, existiam grandes praças rodeadas por prédios e pirâmides, que podem ser apreciadas hoje em toda sua magnitude. Próximos a esses edifícios, existem ainda campos de um esporte praticado naquele período, o equivalente ao futebol na região.

Existiam variantes entre as cidades e os períodos, mas o jogo consistia basicamente em passar uma bola de um lado para o outro do campo e fazer com que ela atravessasse um ou dois aros que se encontravam acima, ao fim do lado adversário. O esporte era disputado em equipe e se destacava pela técnica, já que os jogadores podiam encostar na bola somente com os braços e coxas e em poucos casos, com os pés, como no nosso atual futebol.

O interessante era o ritual que acontecia após a partida. Nessas cerimônias, geralmente o capitão da equipe derrotada era oferecido em sacrifício. Decapitado, seu corpo era lançado ao mar ou em fossos profundos. Sua cabeça, o maior prêmio, ficava em exposição e posteriormente servia de molde para a confecção da bola a ser utilizada em partidas futuras.

O nosso futebol, de origem européia, teve raízes violentes e transformou-se na modernidade até o atual patamar. Mas para aumentar a inclusão de novos atletas e até incentivar as equipes em campo, sugiro uma pequena volta ao passado.

Imagine um capitão como o verdadeiro líder em campo. O tipo de jogador que faz com que o time jogue e dê o sangue pela equipe. Um ídolo para a torcida e exemplo aos colegas. Ao final de cada partida, com uma vitória, ele tripudiaria sobre o capitão adversário e sairia como herói.

Haveria sempre “o homem” a ser batido. E o Souza nunca teria colhão para ser capitão...

O que acontece?

O que acontece? O "reencontro" na Seleção da dupla de volantes Mineiro e Josué rendeu hoje o seguinte título, em corpo robusto, na capa do caderno Esportes do Diário de S. Paulo: "Quanta saudade!". Assim mesmo, com exclamação. Título da referida matéria: "Juntos novamente".

Acha pouco? Trechos da entrevista com os jogadores:

Diário: Como foi o primeiro encontro entre vocês. E onde foi esse encontro?
Josué: O nosso primeiro papo foi mesmo no Morumbi, né Mineiro? [...]
Mineiro: [...] Chegamos ao estacionamento do clube no mesmo horário [...] e começamos a bater papo.
Diário: E quando foi que vocês perceberam que o negócio daria liga?
Josué: A gente se identificou bem pra caramba, o estilo de jogo, né, Mineiro?
Mineiro: Foi uma coisa bem natural, não foi nada programado.
Diário: E no que um completa o outro?
Josué: Pô, é difícil falar assim, né, Mineirinho?

Chega, né?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Roger Galisteu, Rogério Pedalada e outras bombas

O Santos apresentou hoje um ilustre desconhecido: o meia-atacante Vitor Júnior, vindo do Sport, que chega com credenciais de craque do Campeonato Pernambucano 2007 - o que não quer dizer absolutamente nada. Na verdade, Vítor Júnior foi revelado pelo Internacional e já passou pelo Cruzeiro, sem deixar saudades nem no Beira-Rio, nem na Toca da Raposa. É mais um que chega para compor elenco.

À noite, para acabar de vez com as esperanças santistas na temporada, as rádios noticiavam como que o clube teria chegado a um acerto com o gambá aposentado Roger Galisteu.

Roger faz parte daquela categoria de jogadores, profícua no Rio de Janeiro e no Morumbi, de eternas promessas que nunca se concretizaram. Ele já fez algum bom campeonato (CAMPEONATO, não jogo) na vida? Estranhamente, porém, sempre encontra espaço nos grandes clubes...

Além disso, Roger é indolente, sonolento, mascarado, displicente, desagregador... em suma, um poço de virtudes. Eu acho essa possível contratação uma bosta.

Já não bastava o Kléber Chicletinho, que faz 102 cruzamentos por jogo para acertar 1? Qual será o próximo gambá aposentado a desembarcar na Vila? O Luxa quer trazer Rogério Pedalada. Se é pra avacalhar, por que não traz logo o Vampeta? Ah, é verdade, ele ainda está no Corinthians... hehehe

Só que por favor mudem o nome da instituição, porque o Santos Futebol Clube merece mais respeito, não é instituição beneficente voltada a ex-gambás que ainda querem mamar mais algum dinheirinho.

Se é para o Luxa agir assim, de forma tão altruísta, melhor ele fundar logo a Casa de Auxílio ao Gambá Aposentado (C.A.G.A.). Pronto, enquanto CAGA, ele pode inventar ex-gambás à vontade. E sair andando...

Só pode ser brincadeira

Está lá, na home do UOL:

Jogador de time paulistano quer assumir no "Fantástico" que é gay

"Um jogador de um grande clube paulistano está disposto a assumir que é gay. O "Fantástico", da Globo, vem negociando com ele uma entrevista exclusiva. Mas os dirigentes do clube e o empresário do jogador são totalmente contra. Acham que isso seria o fim da carreira do rapaz. Contrataram até uma assessoria jurídica."

Depois falam que os Maias e Astecas é que eram cruéis... Falarei mais sobre isso amanhã.

Delírio da imprensa bambi


Título na capa do caderno de Esportes da Folha de S. Paulo de hoje: “São Paulo ataca, vence, sorri e sonha”. Coisa de bicha. Delírio bambi que merece um alerta ao ombudsman.

Chinelada da semana

A pífia apresentação do Santos ontem me deixa com uma vasta gama de opções para a modalidade pan-caiçarana de arremesso de chinelo.

Luxa, Alessandro, Domingos, Adaílton (marcar o Domingos é duro, companheiro), Cléber Santana, Tabata... todos poderiam levar a borrachuda na orelha sem se cometer injustiça.

Mas um jogador que está mais do que na hora de ser contestado é Pedrinho, o craque-placebo - que só é craque para quem acredita.

Não tem força, não tem velocidade, é mais ciscador que habilidoso e tem a incrível capacidade de ser completamente nulo em campo. Freqüentemente o time tem melhorado com a saída dele, seja quem for que entre. E olha que o plantel do Santos não tem lá esse banco todo...

Ontem, por exemplo: não é preciso pensar muito para lembrar de um lance em que o Tabata chegou a área e chutou quando deveria cruzar, ou vice-versa. E o Pedrinho? Alguém sequer lembra do Pedrinho em campo?

É fácil simpatizar com o Pedrinho por sua história de superação e sofrimento, mas como disse o próprio Luxemburgo, ele não deve ser tratado com a indulgência que se dispensa a um aleijado.

Concordo.

Como não é jogador para-olímpico, ele está deixando muito a desejar. Por isso, poderia encabeçar a lista de dispensas.

domingo, 24 de junho de 2007

O ocaso de Luxa; será?

Desde 1990 e pouco Wanderley Luxemburgo é tido como "o cara" entre os técnicos brasileiros - teve altos e baixos (e uns baixos beeem baixos mesmo), mas o respeito e admiração da imprensa por ele sempre se recuperaram, e sua capacidade técnica nunca foi questionada.

Entretanto, isso agora parece estar a mudar. Apesar de ter em mãos um dos melhores elencos do País, senão O melhor, Wanderley perdeu mais uma Libertadores, o que definitivamente deixa uma mácula em sua carreira, a de nunca levar o torneio, ou pior: a de não se dar bem fora do Brasil (vide Seleção e Real Madrid). Perdeu o Brasileiro do ano passado e dá toda a pinta de que vai perder também este. Ganhou dois Paulistas seguidos, mas nesse ritmo ele vai se especializar em ganhar estaduais, o que, na verdade, é uma pecha muito ruim.

Além disso, Wanderley vem ultimamente deixando o bom gosto de lado e usando umas roupitchas bem feias durante os jogos. Em breve, a continuar assim, vai chegar no nível do Dunga, que costumava usar panos de prato e cortinas velhas costuradas por sua filha pseudo-estilista.

Será 2007 o ocaso de Wanderley? Terá acabado o encanto? Estará chegando o momento de sua aposentadoria? Esta última acho difícil, pois ele não vai se desacostumar fácil dos holofotes. Mas será possível que Luxa termine seus dias treinando o Ituano, o Paulista ou - a suprema iroinia - o Bragantino?

Estarei eu exagerando ao escrever todas essas coisas?