sexta-feira, 29 de junho de 2007

Richarlysongate

Vocês, os mais puritanos, me perdoem, mas a expressão “merda voadora” é a que melhor explica a atitude do vice de futebol do Parmerinha, José Cyrillo Júnior, no programa Debate Bola, da TV Record, apresentado pelo Milton Neves, aquele aspirante a Luiz Antonio Cury Galebe. Se você esteve em Marte nos últimos dias, eu explico: Cyrillo entregou, sem querer, o pobre Richarlyson em rede nacional; quando perguntado se era o Parmera o jogador que iria anunciar sua homossexualidade no Fantástico, Cyrillo saiu-se com um “Não, o Richarlyson quase foi do Palmeiras...”

Salvador Hugo Palaia, o Mum-Ha do parque Antarctica, deve estar rindo à toa. Afinal, foi ele que, há cerca de um ano e meio atrás, tomou um chapéu do Richarlyson, a quem chamou de “Filisbino”, o último nome do jogador – o do meio (no bom sentido) é Barbosa. Palaia também é um grande lançador de merdas voadoras. Ele foi o criador da auto-entrevista, quando, no ápice de sua desgastada relação com a imprensa, resolveu responder apenas às perguntas que ele mesmo fazia.

O que dizer então do advogado do Felisbino, Julio Fressatto? Na ânsia de tirar o de seu cliente da reta (ou nem tanto, não sei) mandou a seguinte declaração: “Não existe a mínima possibilidade de esse jogador ser o Richarlyson. Conheço a família dele, sua índole e seu caráter há 11 anos, desde que ele começou a jogar.”

Então vamos supor que Richarlyson seja mesmo gay, o que não é nada impossível, e resolva assumir-se assim no Fantástico. Será ele um sem-caráter de má índole? Todos os homossexuais não têm caráter? E eu achando que eu é que era politicamente incorreto.

Essa merda voou bastante e foi cair no portal gay A Capa, que batizou a bagunça de Richarlysongate e publicou uma matéria sobre o inbróglio: Caso de suposto jogador gay expõe entranhas do machismo tupiniquim (a foto acima foi retirada de lá). Atingiu também o site da G Online (olha o eu vou buscar para escrever um texto legal...), no qual a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgeneros (ABGLT) apareceu condenando Cyrillo. Leo Mendes, secretário de comunicação da entidade, mandou brasa: “Num país onde se demite, mata, expulsa-se de casa e da escola as pessoas por serem homossexuais, não é comum e fácil que pessoas públicas explicitem sua orientação sexual.”

Olha aí o que o Cyrillo foi arranjar. Como o Coringão não está envolvido, de minha parte estou achando muito divertido, e torço para essa história ainda durar umas duas semanas – acho inclusive que o São Paulo também. Sabe como é, o departamento de Marketing deles é muito ativo, e há todo um lance de fixação da marca...

(E você não sabe quem é Luiz Antonio Cury Galebe? Ah, por favor...)

2 comentários:

Caiçara disse...

Eu acho no mínimo suspeita a atitude do colunista de buscar tais fontes espontaneamente.

Parece-me que o episódio serviu como pretexto para esse relapso escriba, tão ausente nos últimos tempos, encontrasse tempo de sobra para vagar por veículos voltados a rapazes alegres.

Eu acho isso uma bosta.

Rodrigol disse...

Caro Caiçara, sou um servo do dever, nada mais do que isso...