quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Até nunca mais

"Também, quanto a mim, não pouparei nem me compadecerei; sobre a cabeça deles farei recair o seu caminho." - Ezequiel, 9,10


E foi, foi, foi, foi, foi... o Dualib, o escroque do colarinho branco. Foi embora esse flagelo. O fato mereceria uma narração do Sílvio Luiz. Se voltar, vou-me embora eu, torcer pro Corinthians lá de Bombaim.

Mas essa licença por 60 dias do morfético é a maior chance do Timão de se ver livre de uma das coisas mais perniciosas que o esporte já viu desde que os gregos inventaram os jogos olímpicos em 2 500 AC.

São 60 dias para se tomarem todas as providências possíveis – estatutárias, políticas, sociais, militares, mecatrônicas, aeroespaciais e esotéricas -- para que este senhor passe a jogar futebol de botão com os bisnetos, de preferência nos horário de visita previstos pelo presídio para onde ele deve ir virar pó.

Claro, é tempo de sobra também para achar um bom matador, encomendar o sirviçu e deixar a vida nos levar, vida leva eu, esperando que o Coringueta tenha dias melhores.

Que fique a lição para a humanidade, biblicamente imposta ao Corinthians: se um dia um gângster de filme de 007 bater à porta do seu time oferecendo uma parceria, morra, mas não deixe que um delinqüente de 90 anos aceite. Não aceite parcerias ligadas a fundos internacionais sem fundos, bancos de fachada ligados a senadores coronéis.

Sem brincadeira, mas os milhões de torcedores do Corinthians não mereciam chegar aqui, o futebol mundial não precisava disso, sem querer dizer que o Corinthians é uma grande coisa para o mundo. Falo pelo romantismo, pela poesia de que se revestem a trajetória de times como o Timão, que ao longo de um século conquistaram admiradores ingênuos, trabalhadores, idosos, crianças que até os anos 80 viam nos times apenas motivo para passar bons momentos.

O Corinthians, dono de uma das mais belas histórias entre todas as entidades recreativas do planeta, terminou aliado a uma gente metida com tráfico internacional de armas, expurgos, assassinato, roubos, crimes financeiros que empobrecem milhões. Gente extraditada de seu país, inimigos de governos e povos, uma corja de covardes.

A era Parmalat e o Timão deram lições ao mundo do que não fazer. E eu mesmo reconheço que em algum momento fiz vista grossa, não querendo acreditar. Mas aí está. Espero que ninguém tenha de passar por isso outra vez, ninguém mesmo. É muito ruim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, Marcio e outros colegas,

Peço licensa para deixar aqui um protesto pelo insandecido, indecoroso, inapropiado, despropositado, insultoso, preconceituoso e anacrônico teor da sentença proferido pelo juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de São Paulo em relação à queixa-crime apresentada pelo volante são-paulino Richarlyson contra o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr, que insinuou que o atleta é gay (http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u317411.shtml)- a íntegra em PDF da sentença com as "pérolas" está disponível no link http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u317519.shtml.

E a reação, esta sensata de outros juízes, inclusive do STF, em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u317550.shtml. O que o Exmo. Sr. juiz fez em sua sentença, aliás, arquivada, foi um artigo da pior espécie, que respeito, justamente se suas opiniões se limitassem a um mero artigo.

Como comunicadores, jornalistas, amantes do futebol e pessoas de bom senso, não podemos concordar com palavras tão ofensivas e discriminatórias. É revoltante que um juiz explicite dessa maneira todo seu ódio pelas minorias (aliás, de modo inviesado, até em relação aos negros).

Ódio, este, imcompatível com o que resta de ética da nossa profissão e da nossa própria ética pessoal. Fica aí um tema para um artigo de vocês, ou mesmo para um debate neste blog.

Abraços,
Milton Rizzato.

Anônimo disse...

Ezequiel,
Saudações.
Meu comentário era (e acabou sendo, depois) para ser colocado no do Rodrigo. Tá lá também. Se quiser deletá-lo, à vontade.

Milton Rizzato.