segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Chinelada da semana

A chinelada desta semana é simbólica. Elegi Kléberson, ex-quase-reforço do peixe para o restante do certame, para levar a borrachada virtual, mas a carapuça, como o leitor há de perceber, serve para muitos.

Por meio da advogada Gislaine Nunes (sempre ela) e seguindo “conselhos” do empresário Marco Antônio Silva, Kléberson ingressou na Fifa em abril deste ano cobrando rescisão contratual do Besiktas, alegando dívidas superiores a 3 milhões de euros, entre atrasos salariais e outras obrigações contratuais que não teriam sido cumpridas. O time da Turquia, por sua vez, alegou à entidade ter depositado parte da pendência na Federação Turca e exigiu punição rigorosa ao atleta, que se afastou das atividades do clube, caracterizando abandono de emprego.

A Fifa deu ganho de causa ao clube turco na última sexta-feira e condenou o jogador, titular da seleção pentacampeã em 2002, a indenizar o Besiktas em € 3,18 milhões (cerca de R$ 8,4 milhões), suspendendo (ao menos) o acerto dele com o Santos.

Inconformado com o posicionamento da Fifa, o procurador do meio-campista sugeriu até mesmo um retorno do atleta ao clube turco na tentativa de evitar o pagamento da indenização, hipótese descartada pelo Besiktas.

Essa decisão, que indiretamente prejudica meu clube do coração, deve servir de sinal para atletas e clubes.

Para atletas, porque mostra que a liberdade com o fim do passe não significa libertinagem de bordel; que as assinaturas em contrato continuam valendo e quem desrespeita o que acordou, como Kléberson, está sujeito a punições. Já era mais do que hora de uma resposta dura a atletas e seus parasitas (empresários, advogados, etc.) que transformaram os clubes em reféns desde o caso Bosman (na Europa) e o advento da Lei Pelé (no Brasil).

Para clubes, porque mostra que há uma predisposição hoje na Fifa para coibir a mudança tresloucada de equipes que assola o futebol, descaracterizando as entidades, acabando com os ídolos, fazendo minguar o interesse dos jovens ainda não seduzidos por uma camisa.

Da parte deste caiçara, fico matutando qual teria sido a punição imposta a Robinho, que abandonou o Santos em meio ao campeonato para forçar sua transferência para o Real...

Mas sei lá se a decisão do tribunal seria a mesma se o beneficiário fosse um clube europeu.

Nenhum comentário: