quarta-feira, 25 de abril de 2007

Agradecimento aberto aos meus favoritos

Não sei se todo torcedor é como eu. Acho que não. Sou daqueles que torcem também por jogadores, no sentido de defender o cara até quando ele joga mal e de comemorar muito mais quando ele faz o gol. Talvez seja uma relação semelhante à dos técnicos com os seus homens de confiança – lembro, por exemplo, que o Felipão jamais tirava o Paulo Nunes de campo, mesmo quando ele não estava jogando absolutamente nada.

De 1984 para cá, tenho boa memória das campanhas do Palmeiras e, principalmente, dos jogadores que passaram pelo clube. Nunca me esqueço de como meu pai ficou contente quando o Palestra contratou o Mario Sérgio. Ele falava: “filho, presta atenção no Mario Sérgio, como ele olha para um lado e toca a bola para o outro”. Batata. O Palmeiras jogava no Parque e lá estava eu torcendo para o time e também para o Mario Sérgio. Naquela época, nutria um carinho maior ainda pelo Jorginho, que foi o grande craque do time no período da fila e que, lamentavelmente, jamais ganhou um título pelo clube.

Depois, em 1985, surgiu o Edu, que depois, em outros times, virou Edu Manga. Ele começou arrebentando. Tinha uma canhota poderosa, era habilidoso também. Jogou muito no Palmeiras e depois nunca mais brilhou. Ah, e o Mirandinha, o fominha. A imprensa pegava no pé dele por conta do seu individualismo excessivo. Mas ele fez muitos gols nas duas passagens pelo Palmeiras, principalmente na primeira. Confesso também que fiquei feliz quando contratamos o Eder, ponta esquerda do Brasil na Copa de 82. O cara tinha um petardo que colocava medo nos adversários e, mesmo jogando pouco tempo com a camisa do Verde, fez um dos gols mais emocionantes da minha vida de torcedor: contra o Corinthians, em 1986, na semi do Paulistão – um puta golaço olímpico.

Gostava também de alguns jogadores menos badalados pela torcida: o Lino, que eu achava um belo volante; o Elzo, que, depois da Copa de 86, jogou no Palestra, e o Betinho, meia que começou no Juventus e que chegou à Seleção Brasileira jogando pelo Verde. Todos passaram pelo clube no final da década de 80.

“Falando” em volante, não dá para ignorar o melhor que eu vi passar pelo Palmeiras, o César Sampaio. Chegou em 1991 e em pouco tempo virou capitão e ídolo. Sabia sair jogando, dava bons passes e ainda fazia muitos gols. Era um líder participativo também, como mandam os bons livros de gestão de pessoas.

Um ano depois, o Cuca, hoje técnico do Botafogo, incendiava a torcida do Palmeiras, comemorando seus gols com um gesto que simbolizava a faixa de campeão. O título não veio, mas, na minha memória e no meu coração de torcedor, ele tem lugar cativo.

E o Palmeiras contratou o Evair. Chegou em 1991, fez gols e o incompetente do Nelsinho Batista (af!) brigou com o cara. Absurdo. O fato é que eu torcia pelo Palmeiras, claro, e torcia pelo Evair também. Era diferente quando o time ganhava e ele marcava gol. Sua volta em 1999 para conquistar a Libertadores foi importante também porque ele pôde ultrapassar a marca dos 100 com a camisa do clube. Ele combinava características raras para um centroavante: era oportunista, matador, era técnico também, jogava como um garçom, cobrava faltas com maestria e foi o melhor batedor de pênaltis que eu vi.

Em 1993, quando a Parmalat investiu pesadamente na contratação de jogadores, o Palmeiras comprou o Antonio Carlos. Um baita zagueiro, que virou brucutu no final da carreira. Adorava ver suas arrancadas para o ataque – era um dos raros “camisas 3” que fazia gols com a bola rolando, em razão da sua capacidade de ser o “elemento surpresa” e de concluir a jogada com categoria.

Claro, em 1993, chegou aquele que é, disparado, o jogador para o qual eu mais torci – e continuo torcendo – na minha vida de palestrino, o Edmundo. Escrevo pouco hoje para dedicar a ele, num outro momento, um artigo exclusivo.

E, finalmente, falta abordar dois meias canhotos, que marcaram história no Palmeiras. Tinham estilos diferentes, mas eram igualmente craques: Djalminha e Alex. O filho do Djalma era um jogador marrento, folgado, que era mestre em humilhar o adversário com dribles curtos e desconcertantes. Já o Alex, com seu futebol refinado – de toques mágicos e chutes certeiros – era o meu favorito entre 97 e 99. Quanto mais a imprensa burra o chamava de soneca, mais eu o defendia. Um rápido comentário: como pode um jogador como ele ainda não ter disputado uma Copa do Mundo? É, o Felipão preteriu o Alex para levar cinco zagueiros e mentirosos como o Juninho Paulista e o Kleberson para a Copa de 2002.

Todos esses que eu citei são exemplos de jogadores que passaram pelo Palmeiras e que contaram com a minha torcida especial. O Marcão e o Edmundo ainda contam, obviamente.

Muito obrigado a todos.

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