segunda-feira, 28 de maio de 2007

Chinelada da semana

Inauguro a partir desta semana minha coluna semanal fixa. O nome é uma óbvia referência ao saudável hábito imortalizado pela torcida santista nos jogos da Vila, politicamente incorreto ao extremo, de mandar Havaianas na orelha dos adversários.

O objetivo dessa coluna não poderia ser mais simples e mais diretamente ligado ao título: achincalhar alguém ou alguma coisa, mandando uma chinelada verbal no pé d’ouvido do eleito, sem nenhuma pretensão de ser justo ou expor todos os lados da questão.

Infelizmente, o hábito original anda meio abandonado na Vila famosa. Dizem as más línguas que isso é reflexo das punições que o Santos recebeu por objetos atirados no gramado. Bobagem. Tenho certeza que a principal causa da escassez de Havaianas voadoras é o preço irreal que o baianoso chinelo ganhou depois que virou grife.

E a primeira chinelada vai na orelha do... Édson Rezende, presidente da Comissão Nacional de Árbitros, que afastou a assistente Ana Paula de Oliveira por, pelo menos, três rodadas do Campeonato Brasileiro por causa de sua atuação na vitória de 3 a 1 do Botafogo sobre o Figueirense no confronto de volta das semifinais da Copa do Brasil. Para quem não acompanha campeonatos menores como essa copinha sem grandes: Ana anulou dois polêmicos gols do time carioca, alegando impedimento.

Esse mesmo Botafogo foi campeão brasileiro em 1995 graças a erros de arbitragem muito mais graves, mas nem por isso a Comissão Nacional de Arbitragem puniu o salafrário de então. Pelo contrário, premiou-o com uma ida à Copa do Mundo. Só por isso o Botafogo já mereceria ser roubado pela eternidade afora, sem qualquer tipo de punição aos juízes-justiceiros.

Mas vamos tentar esquecer o passado e vejamos o caso da Ana Paula. Ela cometeu um erro muito mais grave no empate do Santos contra o São Paulo (1 a 1) no Campeonato Paulista. Na ocasião, a bandeirinha anulou um gol legal de Jonas, que estava quase dois metros atrás do último zagueiro, e reconheceu o erro. Qual foi a punição? Uma partida de suspensão.

No jogo do Botafogo, o primeiro lance que ela invalidou o avante do Botafogo estaria supostamente na mesma linha. Difícil. No outro, ela interpretou que algum dos três ou quatro botafoguenses impedidos interferiram na jogada do gol – aquela interpretação que sempre foi prerrogativa dos árbitros. A bandeira não reconheceu ter errado em nenhum dos lances. Mas aí vem uma decisão acachapante: suspensão de três jogos.

Tá certo que o Montenegro até tem um bom argumento, pensando no aspecto politicamente incorreto da coisa – “Ninguém põe mulher para apitar decisão de Liga Européia nem Copa do Mundo.” – mas o fato é que ela só está sendo punida porque cometeu o crime capital de, na dúvida, não favorecer um time do Rio de Janeiro.

A decisão de agora mostra, uma vez mais, que a direção da arbitragem brasileira trata todos os clubes igualmente – desde que sejam cariocas.

2 comentários:

Anônimo disse...

E além de tudo ela é uma baitcha de uma gostosa...

João de Barro disse...

O pior não é afastar a cabocla porque ela errou (fazendo justiça ao pênalti que o Simon ignorou contra o Botafogo na semana anterior). O duro é afastar essa gostosa de shortinho, e tanguinha por baixo. No lugar dela, somos obrigados a ver o Wagner Tardelli com aquele gel, o Heber Roberto Lopes gordão e careca, e por aí vai.... Fora Edson!