quarta-feira, 30 de maio de 2007

Coragem é fundamental

Escrevo essas linhas minutos antes de Grêmio e Santos abrirem as semifinais da Copa Libertadores da América, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre.

O Grêmio sempre foi um time com o qual simpatizei, seja por sua origem germânica, seja pela forma teutônica com que se atira ao jogo, acreditando sempre que podem reverter um resultado impossível, talvez por saberem eles, no fundo, que estão praticando outro esporte, que se parece futebol, cujas regras se adaptam perfeitamente ao futebol, mas não é futebol.

Isso fez do time do sul um dos que aprendi a respeitar e admirar como rival. É certo que também ajuda o fato de o time gaúcho ter seu pior cartel de jogos na história contra clubes nacionais justamente contra o Santos: em 56 confrontos, o peixe tem 27 triunfos, são 12 empates e 17 vitórias gaúchas. Talvez a simpatia venha da freguesia...

Mas a história hoje pouco vale. Meu anseio (e receio) é pela postura do time que Luxemburgo colocará em campo hoje.

Se repetir a tática covarde usada contra o América, no México, onde escalou o time sonhando com o 0 a 0, Luxemburgo corre o risco de voltar para a Vila Belmiro sem ter muito o que fazer na próxima semana. Ficar lá atrás suportando a pressão gremista é suicídio.

A única coisa a fazer é adiantar a marcação e pressionar a saída de bola do Grêmio. Assim o time impede que o Grêmio faça o jogo de cruzamentos na área, de que gosta tanto, e pode recuperar a bola para fazer o jogo de troca de passes, característica do Santos. Sem contar que uma bola recuperada no campo ofensivo sempre pode vir a se transformar em gol.

Se o Santos quiser superar o Grêmio ao longo dos 180 minutos, Luxemburgo precisa mudar a postura que deu ao time nos mata-matas. Acho que ele não entendeu ainda muito bem o regulamento dos gols fora: diferentemente do que ele defendeu, o 0 a 0 fora de casa é um resultado ruim. É quase uma derrota, pois obriga a vitória do time mandante na volta. Por isso, é fundamental marcar gols na casa do adversário.

Jogar retrancado, fazer um gol de vantagem e tentar se segurar a qualquer custo é algo que tem sido punido severamente nesta edição da Libertadores.

O Defensor tinha dois gols de vantagem contra o Grêmio, e caiu. O América achou um gol de vantagem contra o Santos na Vila, mas caiu. E que o diga o Libertad, que segurou o Boca por 150 minutos, mas foi punido com uma arrancada magistral de Riquelme que matou o jogo...

Os covardes que me perdoem, mas para ganhar esta Libertadores, coragem vai ser fundamental.

2 comentários:

João de Barro disse...

Assisti o jogo calmamente, como é de praxe pra quem não está envolvido. Achei que o Santos jogou mal (muito). Não conseguiu trocar passes. Pedrinho e Tabata pareciam duas vacas loucas. O Zé, apagadão. O Grêmio jogou o que sempre joga. Uma estocada aqui, a outra ali. Achou dois gols em cagadas do Cávalos e do Adaílton. Vai ficar difícil fazer 3 na Vila, ainda mais levando em conta que o Santos tem levado gols.

Pior que isso vai ser ver o Grêmio, que tem Tcheco, Lúcio e Tuta, fora outros "famosos quem?" no time na final da Libertadores.

Filhos, rezemos!

Anônimo disse...

Vai dar Boca de novo.