quinta-feira, 3 de maio de 2007

A volta dos mortos-vivos

"Os voluntariosos não sabem o que é intertemporada" - Ezequiel, I:9-10


Como torcedor comum que sou, contraditório por definição, desinformado na maior parte das vezes e ignorante mesmo sobre a realidade do que se passa para além do que sai na imprensa, levo as mãos à cabeça, pesaroso e confuso, ao pensar no Corinthians de hoje. Não devo ser diferente da maioria.

Neste momento o time se mete a dispensar jogadores que incham o Corinthians A, com trinta e tantos jogadores, antes de viajar a Atibaia para uma tal intertemporada. Que intertemporada? Hoje é dia 3, o time joga a primeira partida do Brasileirão dia 13, ainda nem viajou e os caras falam de intertemporada como se fosse um retiro espiritual de dois meses. Será de uma semana no máximo. Não vai dar tempo pra nada a não ser para Carpegiani começar experimentos que seguirão sendo feitos ao longo do campeonato. Os corintianos podem esperar um time desfigurado, salvo um golpe de sorte que dê um entrosamento instantâneo ao grupo logo de cara.

As contratações é que não farão esse milagre. Finazzi, Everton, Felipe, Zelão, Carlos Alberto não permitem sonhar alto, sem entrar no mérito do talento de cada um. De repente, podem acontecer. Do grande caldeirão do Parque São Jorge saem venenos causadores de flagelos e poções mágicas inebriantes, de pura poesia. Esses nomes, entretanto, estão longe do que se costuma chamar de contratações de peso e já o novo técnico se ressente dessa falta.

Aí o torcedor se lembra que o Corinthians tem uma parceria que, se não vai tirar essa nuvem pesada de desconfiança, deveria pelo menos trazer jogadores; que tem Renato Duprat como “homem forte” do futebol, que tem um palmeirense no departamento, que tem R$ 90 milhões de dívidas e que tem o finado Alberto Dualib.

Isso acaba em sangue (de torcedor), como se viu semana passada com a eliminação do time da Copa do Brasil.

No fim, voltamos à conclusão de sempre: o faraó Dualib continua lá.

No dia 13, será muito não entrarmos em campo com um monte de jogadores mortos-vivos, condenados de antemão ao meio da tabela ou ao fim dela.

Um comentário:

Anônimo disse...

E essa nova dupla de zaga - Betão e Zelão - tem cara de ser uma daquelas inesquecíveis, tipo Embu e Baré.