terça-feira, 24 de julho de 2007

O buraco é mais embaixo

O futebol brasileiro, a despeito da então improvável conquista da Copa América, não anda bem das pernas. As não tão promissoras futuras gerações mostraram o preparo (na verdade, a falta dele) nas eliminações do Mundial Sub-20 e na desclassificação durante o Pan, uma das piores participações da história no esporte.

Internamente, os Estados vizinhos estão longe de seus melhores momentos e enfrentam a dura realidade da falta dos bons e velhos craques. Olhando mais perto, nem mesmo os times paulistas podem se vangloriar de um elenco promissor ou da possibilidade de grandes conquistas a curto prazo.

O Santos, após perder Zé Roberto, o cérebro do time, não sabe mais para onde anda, e ainda corre o risco de perder Luxemburgo. Palmeiras, com lampejos de sobrevida, tem boas chances de permanecer no meio da tabela e quiçá disputar uma vaga para a Libertadores. O São Paulo ostenta a melhor defesa e até há pouco o pior ataque. Não se vence campeonatos só com empates.

Descendo ao fundo do poço, recorremos à ajuda do lanterninha e observamos o Corinthians. Mas só observamos, porque descer tão baixo é frio e repugnante. O Timão paga hoje pelos seus excessos no passado, pelas parcerias escusas e pelo caráter dúbio de seus representantes.

A segunda divisão está perto, seja nos tribunais, seja no gramado. Com problemas financeiros graves, o time do Parque São Jorge discute nesta terça-feira à noite o fim da parceria com a MSI, pivô da maior crise da história do Corinthians.

Será esse também o fim da Era Dualib? Uma campanha
fervorosa já está no ar.

Para ajudar, o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, sugeriu uma outra campanha, essa para arrecadar fundos para o Timão (aliás, essa alcunha deve estar com os dias contados), que precisa pagar dívida com o Lyon, da França, sob a ameaça de perder pontos no campeonato.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o dirigente disse: “Só espero que o Corinthians não feche como os bingos, com aqueles tijolos na porta. Eu fico triste com essa situação. Trata-se de um rival importante, que não pode ir para a segunda divisão”. Não satisfeito, complementou: “O torcedor deveria ajudar o clube. Aqueles que amam de verdade poderiam contribuir com R$ 10. Eu ajudaria com 50. Se quiserem começo esta campanha amanhã mesmo”.

Seguindo o exemplo, quem ama poderia colaborar. Para os demais, como eu, sugiro já deixarem a cerveja gelando, porque a hora de comemorar não deve tardar.

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