quarta-feira, 11 de abril de 2007

Palmeiras em prosa

Depois do belíssimo conto do Caiçara e da poesia declamada pelo Don, vou de de prosa mesmo para abordar o momento triste pelo qual passa o Palmeiras atualmente. Resolvi escrever sobre a situação vexatória da instituição, que está com a saúde financeira bastante debilitada, e do time, que se mostra frágil e desequilibrado.

O Palestra amarga quase nove anos sem títulos importantes, está fora da Copa do Brasil e praticamente desclassificado do Paulistão. O futuro também não se mostra promissor. A razão é simples. Como me disse um amigo certa vez: “gestão incompetente, equipe incompetente”. Pior, graças a Deus, só o time da MSI.

De qualquer forma, não dá para ignorar os tropeços administrativos do clube. Os anos de chumbo de Mustafá Contursi rendem frutos – podres – até hoje e o começo desastroso da atual diretoria também não ajudou muito – lembrem-se de que o todo poderoso até pouco tempo atrás era o Sr. Palaia, um sujeito caricato e com uma visão míope sobre futebol.

O Palmeiras precisa de uma mudança radical. Um primeiro passo, acredito, já foi dado na direção de modernizar a gestão. Os salários atrasados também foram pagos. É pouco. Isso resolve apenas parte do dilema vivido pelo clube. A alta cúpula precisa, de uma vez por todas, equilibrar as finanças, entender o que é planejamento e investir pesado na base.

Acertadas essas questões estruturais, cabe à diretoria definir um plano de vôo e um comandante. Na prática, o clube também precisa ter a definição clara de um objetivo, o que não vem ocorrendo historicamente e nem aconteceu nesse começo de ano, quando não escalaram o Edmundo para uma partida fundamental do campeonato que aparentemente era o prioritário. Essa é a única forma, mais rápida, de o time retomar o caminho dos títulos.

Bom sinal

Observo com especial interesse a titularidade de alguns jovens da base e do Palmeiras B. Diego, Wendel, David, Michael e William (se aprender a fazer gol!) são jogadores criados dentro de casa e que poderão dar alegrias para a torcida no futuro.

Apenas uma promessa

Antes de mais nada, é bom ficar claro que não sou favorável à troca desenfreada de técnicos no Palmeiras. Toda equipe, em qualquer setor, precisa de tempo para se acertar.

Mas é preciso saber que o Caio Junior é apenas uma promessa. Nunca ganhou nada e vem cometendo erros em jogos importantes. A paciência da torcida – e a minha – com ele ainda não se esgotou. (A minha) está quase.

Entre erros e acertos, Caio errou bem mais. Indiciou jogadores comuns – ruins -, escalou três zagueiros e dois volantes em vários jogos dentro de casa e o resultado não apareceu, fez substituições absurdas nos jogos contra o São
Paulo e o Ipatinga. Foi e continua sendo medroso.

Avalio que o técnico tem um mérito importante, que é o de escalar o Michael na sua posição original, e deu uma tremenda sorte porque o time mais ou menos se arrumou após a saída do Paulo Baier, que está mais para um jogador de pelada.

Escrevo o artigo antes do jogo decisivo contra o São Bento. Mas me causa decepção a escalação defensiva definida pelo técnico – Marcelo Costa no lugar do Edmundo não dá, em qualquer situação.

De novo, Caio Junior é apenas uma promessa. Pode se tornar um técnico de ponta. Ou pode ser mais um Estevam Soares na vida do Palmeiras.

9 comentários:

Caiçara disse...

Incrível como o palestrino corneta. O cara já estreou no blog entrando na canela.

O Caio Junior pegou um avião em turbulência, que vem conduzindo bem. Duas semanas atrás, era o time-sensação do campeonato - que os últimos resultados não apaguem isso.

É dele o mérito, inclusive, de colocar o Palmeiras à frente do Corinthians, que no começo do ano sugeria uma temporada mais promissora.

É difícil trabalhar no Parque.

Eric disse...

Excelente análise. O título é de colunista da Ilustrada. Só uma ressalva: não estamos há quase nove anos sem ganhar nada, portanto o Corinthians está melhor que o porco.

Rodrigol disse...

O Palestrino é chato mesmo, mas tem bom coração. E não poupa nenhum técnico. Pobre Caio Jr.

Como bem lembrou o Ezequiel, a Porcada já está há oito anos sem títulos (já digo que quem alegar que a Série B vale só poderá estar de brincadeira).

E quando o Caiçara aí de cima escreve que "é difícil trabalhar no Parque", podem acreditar. Ele fala com conhecimento de causa.

Don disse...

Como todo bom palmeirense, o Palestrino é um chato corneteiro. Com o atual elenco e todas as dificuldades nos bastidores, vocês já chegaram mais longe do que o esperado.

Anônimo disse...

O Coringa tá mal??? Tá... devido o mesmo motivo da porcada... Diretoria... MAS EU ADORO ESCUTAR ELES CHORAREM!!! Os caras estão cegos. Não temos jejum de títulos. Basta. Estamos melhores (por enquanto). Chora porcada!

João de Barro disse...

Torço para que os Verdinhos continue no caminho que está, sem títulos, sem planejamento, sem técnicos e com ex-jogadores em atividade. Aliás, sempre brinco que quando eles PENSAM que vão, NÃO VÃO. Que continuem.

Mas, brincadeiras à parte, planejamento, persistência e investimento valem para qualquer equipe. E sabemos que, hoje, nem Palmeiras nem Corinthians têm isso.

Felizmente!

Palpite para as semifinais:

Baleias 2x1 Porcos
Porcos 3x1 Baleias

E na final é aquilo: Volta Mustafá!!!!

Anônimo disse...

Qualquer semelhança com o glorioso alvi-negro do Parque São Jorge é pura coincidência.

Herrera disse...

Caros amigos, em primeiro lugar parabéns pela iniciativa.
Gostaria de discordar do palestrino, como sempre, mas desta vez em poucos pontos. Não acho que o futuro não é promissor. Apesar das eliminações, vejo uma mudança clara em curso, com o rejuvenescimento do elenco, com a mudança da diretoria, e principalmente a definição de um padrão de jogo ao time, fato que não vejo no Palestra faz tempo. O grande desafio do Caio agora é trabalhar forte nessa inter-temporada, contratar as peças certas e dar continuidade ao projeto. No Brasileiro poderemos cobrar o Caio. Pelo menos uma classificação para Libertadores. Títulos no futebol não aparecem em um ou dois anos, mas sim com a continuidade de um projeto. Como exemplo Internacional e São Paulo, que passaram tempos difíceis, quase dez anos sem ganhar NADA! Sejamos honestos e justos nas análises. Acertos e erros ainda virão, mas o importante é o trabalho mostrar evolução. Cabe a diretoria do Palmeiras ter a sabedoria de avaliar o trabalho a médio e longo prazo e não deixar que eternos "amendoinzeiros" ou eternos "críticos de Felipão" palestrinos não atrapalhem o caminho de volta às glórias do nosso Verdão.

Palestrino disse...

Caro Herrera, agradeço a audiência. Adoraria compartilhar essa visão otimista com você. De fato, não compartilho. É difícil imaginar que um clube endividado como o Palmeiras possa ter um futuro promissor no curto prazo.

Concordo que devemos esperar mais um pouco para cobrar o Caio Jr. Mais um pouqinho. Mesmo com todos os problemas administrativos, o Palmeiras tinha obrigação de se classificar no Paulista. O técnico não é realmente o único culpado. Mas sua postura medrosa de escalar o Palmeiras no começo do campeonato e a incapacidade de leitura que ele demonstrou em alguns jogos decisivos foram fundamentais para a mediana campanha do Palmeiras. Uma coisa é perder do São Paulo, do Santos. Outra é perder a classificação para o Bragantino.
Grande abraço.
Palestrino.